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Trading interna em cenário de indecisão: tem produtor liquidando e outros levando soja para 2022

23 jun 2021, 13:31 - atualizado em 23 jun 2021, 17:02
Soja, Trigo e Milho
Commodities em momento de indecisão para os produtores com viés de baixa (Imagem: Pixabay)

As tradings de grãos voltadas exclusivamente para o mercado interno estão passando pelas mesmas indecisões dos produtores que as grandes que operam mundo afora. Não seria exatamente diferente, já que a régua das cotações é a mesma, a não ser por trabalharem com volumes menores e terem uma relação mais próxima com vendedores e compradores.

A depreciação vertiginosa da soja e do milho, pelos fundamentos em baixa – e a oleaginosa sofrendo ainda com o dólar fraco no Brasil, porque é o único grão com disponibilidade no momento -, tem gerado mais trabalho para empresas como a Safra Grãos.

Hora, é produtor e cliente tradicional recusando a venda, vários dizendo que vão segurar até no último trimestre, ou mesmo para começo de 2021, quando tecnicamente só tem a soja americana disponível e os preços podem subir, como explica o diretor Alisson Dias.

Hora, é produtor que recusa a oferta, mas volta no mesmo dia aceitando. Terça, Dias viu cliente de 12 anos, do Oeste da Bahia, com 6 mil toneladas que não topou os R$ 138 a saca, de manhã. No fim do dia disse que aceitava, quando viu o dólar caindo mais uma vez abaixo dos R$ 5 e o preço de Chicago cair mais 1,45%, ficando abaixo de US$ 14 o bushel.

Não levou. A posição da mesa da Safra Grãos fixou em R$ 135 e o vendedor levou nesta manhã de quarta (23).

“Por horas, ele perdeu R$ 3”, lamenta o diretor e trader.

Então, é assim. Tem produtores bem capitalizados, “nas últimas quatro safras”, que estão mantendo o pé firme, especialmente agora com os silos bags se espalhando pelas propriedades e com o tempo seco evitando a secagem dos grãos, portanto menos custos.

O grão perde um pouco de peso, mas compensa.

A Safra tem cliente de milho que está guardando 1 milhão de toneladas desde a safra passada.

Numa outra ponta, há o caso do baiano, que precisa saldar compromissos, e vai para o mercado.

E uma soma substancial de gente, nos vários estados onde a trading ogirina as commodoties vai controlando as vendas de acordo com as necessidades.

A empresa, sediada em Goiânia, e com armazéns também em Paracatu, no Noroeste de Minas, tem capacidade estática para 80 mil/t. Nas últimas safras, neste mesmo período, era soja saindo e soja entrando.

Atualmente, confirma Alisson Dias, 60 mil/t é o máximo alcançado.

Enquanto os sinais são de safras cheias nos Estados Unidos, ainda que com o clima indo e voltando melhor (como estes dias), e gerando algumas dúvidas, e o câmbio ruim para o produtor, onde o real mais caro empata os negócios, o quadro permanece.

A China na ponta compradora global, que nos últimos dias andou acelerando algumas compras no Brasil e nos Estados Unidos, aproveitando as pechinchas, é a que vai fazer a diferença no segundo semestre.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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