Rebaixamento dos EUA faz juros dos Treasuries subirem; entenda

Os rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) dispararam na manhã desta segunda-feira (19), com a forte venda dos papéis após a Moody’s rebaixar a nota de crédito dos Estados Unidos de “AAA” para “AA1”. A decisão foi divulgada na noite da última sexta-feira (16).
As taxas dos títulos de 10 anos subiram mais de sete pontos-base, chegando a 4,55%. Para efeito de comparação, na manhã de sexta (16), o rendimento era de 4,40%.
Já os papéis de 30 anos avançaram oito pontos-base, para 5,02%, o maior patamar desde 2023.
Enquanto isso, os títulos com vencimento em 20 anos estavam sendo negociados a 5,04% nesta manhã, contra 4,89% observados na sexta (16).
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EUA: Preocupações com a dívida
No rebaixamento, a agência de rating citou a dívida de US$ 36 trilhões e os juros crescentes como mais altos do que os de países soberanos com classificação semelhante, o que reacendeu a preocupação dos investidores com a trajetória fiscal dos EUA.
“Sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, disse o comunicado.
A apreensão aumentou ainda mais diante da tramitação de um amplo pacote de cortes de impostos, que pode ampliar significativamente o déficit nos próximos anos.
Estimativas apontam que a proposta pode adicionar entre US$ 3 trilhões e US$ 5 trilhões à dívida na próxima década.
Ontem à noite, republicanos na Câmara dos Representantes aprovaram o amplo projeto de lei de redução de impostos, apelidado por Donald Trump de Beautiful Bill. O texto ainda prevê aumentos nos gastos com segurança nas fronteiras e defesa.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, rejeitou o rebaixamento durante entrevistas concedidas à televisão neste domingo (18).
Já o diretor de comunicações norte-americano, Steven Cheung, reagiu nas redes sociais com críticas ao economista da Moody’s, Mark Zandi. “Ninguém leva a ‘análise’ dele a sério. Ele já foi desmentido inúmeras vezes”, afirmou.
*Com informações da Reuters