Três bancos americanos para ficar de olho

À medida que a poeira baixa da temporada de resultados dos grandes bancos dos Estados Unidos, analisamos três nomes para ficar de olho: Citi, JPMorgan e Bank of America.
Essas potências financeiras divulgaram seus balanços recentemente, e agora vamos examinar os fundamentos de suas ações, bem como os níveis atuais de preços.
Citi
Os resultados do segundo trimestre do Citi superaram as expectativas, com fortes desempenhos nas divisões de trading e bancária. A receita total dos mercados subiu 16% na comparação anual, enquanto a receita bancária cresceu 18%. A CEO Jane Fraser mantém uma visão otimista e afirmou que o banco deve se beneficiar da volatilidade persistente do mercado, mesmo diante de desafios nos mercados internacionais. Apesar de um aumento nos custos de crédito, a diversidade das fontes de receita e os investimentos estratégicos posicionam o Citi de forma sólida para o futuro.
Tecnicamente, o preço das ações do Citi disparou para novas máximas de tendência, sustentado por volumes robustos. A ação apresentou forte impulso, desenhando uma linha de tendência ascendente consistente. No entanto, com o RSI em território de sobrecompra, os traders podem preferir aguardar um recuo para buscar um ponto de entrada mais favorável. Uma fase de consolidação ou uma leve correção pode oferecer uma melhor relação risco-retorno para quem deseja entrar na posição.
JPMorgan Chase
Os resultados do segundo trimestre do JPMorgan foram impulsionados por um aumento de 15% nas receitas de trading e pelo sólido crescimento nas taxas de banco de investimento. O CEO Jamie Dimon destacou a resiliência da economia dos EUA, apesar das tensões comerciais e das preocupações fiscais em curso. O banco também elevou sua projeção para a receita líquida de juros em 2025, reforçando a confiança no seu potencial de crescimento de longo prazo. Embora o lucro líquido tenha caído 17% em relação ao ano anterior — por conta de um ganho pontual em 2024 —, o modelo de negócios diversificado do JPMorgan e sua forte posição no mercado continuam a torná-lo uma escolha sólida para investidores.
Do ponto de vista técnico, o preço das ações rompeu uma resistência importante no fim de junho e, desde então, consolidou-se em um intervalo estreito. Esse padrão fornece referências claras para os traders: os que operam rompimentos devem observar um movimento acima das máximas do início de julho com forte volume; já os que preferem comprar em correções podem encontrar um ponto de entrada interessante na parte inferior do intervalo, buscando padrões de reversão de alta. A configuração técnica é bem definida, e tanto estratégias de rompimento quanto de pullback podem ser viáveis.
Bank of America
O Bank of America também apresentou resultados sólidos no segundo trimestre, com destaque para o aumento de 15% na receita de trading e o recorde de receita líquida de juros, que chegou a US$ 14,7 bilhões. O bom desempenho em meio à volatilidade dos mercados, aliado ao crescimento dos empréstimos, ajudou a compensar a fraqueza no banco de investimento, que registrou queda de 9%. O CEO Brian Moynihan demonstrou confiança nas perspectivas da instituição, especialmente diante da maior atividade nos mercados de capitais e da demanda ainda robusta dos consumidores.
Na análise técnica, as ações do Bank of America enfrentaram dificuldades em comparação aos pares. O papel não conseguiu sustentar um rompimento no início do mês e desde então tem recuado de forma constante. No entanto, recentemente a ação formou um padrão de reversão de alta em torno da média móvel de 50 dias. Caso consiga recuperar o nível anterior de rompimento, isso pode acionar um movimento de alta mais consistente. Os investidores devem acompanhar esse patamar técnico como possível sinal de reversão e oportunidade de entrada, caso a tendência de recuperação se confirme.