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Troca de comando da Ultrapar agrada e ações saltam 9,5%; ex-Cosan assumirá presidência

23 set 2021, 17:54 - atualizado em 23 set 2021, 17:54
Marcos Lutz
Marcos Lutz, que já passou pela Cosan (CSAN3), assumirá a presidência em abril de 2023, no lugar de Pedro Wongtschowski (Imagem: Divulgação/Cosan)

A troca de gestores da Ultrapar (UGPA3) animou o mercado e fez as ações dispararem na sessão desta quinta-feira (23).

Com isso, os papéis subiram 9,51%, a R$ 16,00.

Na última quarta, a companhia divulgou o seu plano de sucessão, que já era esperado pelo mercado, para o conselho de administração, com mudanças relevantes também na gestão dos negócios, incluindo holding e a distribuidora de combustíveis Ipiranga.

Marcos Lutz, que já passou pela Cosan (CSAN3), assumirá a presidência em abril de 2023, no lugar de Pedro Wongtschowski.

Em janeiro de 2022, o executivo que iniciou carreira no próprio grupo, ficará à frente da Ultrapar, em substituição a Frederico Curado, que deixará a presidência da holding para ocupar a vice-presidência do conselho de administração.

“O Grupo Ultra, com um processo planejado de sucessão e renovação de suas lideranças em preparação para um novo ciclo de crescimento, assegura a continuidade de sua estratégia de foco nos setores de energia e infraestrutura, com ênfase crescente na transição da matriz energética, além do contínuo aperfeiçoamento de seus processos de governança corporativa”, afirmou.

Segundo o analista da Guide Investimentos, Luis Sales, a notícia é positiva pela necessidade de reestruturação que a rede de distribuição de combustível Ipiranga possui, “tendo em vista a queda de rentabilidade que ela vem apresentando nos últimos anos”.

Para o Santander, a mudança é um movimento positivo em direção ao processo de renovação da liderança da empresa, “com o objetivo de impulsionar oportunidades de crescimento lucrativo nos setores de energia e infraestrutura, com ênfase crescente na transição energética em curso no Brasil”.

Já a Ágora Investimentos diz que o mercado vê a Ultrapar necessitando de algumas mudanças estratégicas, que começaram com a empresa reformulando seu portfólio com a venda da Extrafarma e da Oxiteno. Porém, os desafios continuam.

“O principal será melhorar a lucratividade da Ipiranga, que tem ficado muito aquém de seus pares. Marcos Lutz é definitivamente um nome forte para liderar essa tarefa, com um histórico poderoso, mas o sucesso dessa reviravolta ainda está para ser visto”, diz.

Dessa forma, a corretora manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 21 “uma vez que a perspectiva de margem para a Ipiranga neste estágio permanece altamente incerta em nossa visão”.

Ainda de acordo com a Ágora, um gatilho interessante para Ultrapar seria desistir da compra da refinaria de REFAP.

“Embora possa haver algumas vias de criação de valor na aquisição, o cenário político / de risco no Brasil mudou drasticamente este ano e, portanto, o perfil de risco / retorno do ativo se deteriorou”, completa.

Segundo os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, ao deixar a compra de lado, a Ultrapar poderia concentrar seus esforços na melhoria das margens da Ipiranga, deixando de lado os combustíveis fósseis e recompensando os acionistas com dividendos.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.