‘Trump é a única saída que temos’, diz Valdemar Costa Neto sobre futuro político de Bolsonaro

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou nesta segunda-feira (25) que o ex-presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, seria a “única saída” para tentar viabilizar uma candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República nas eleições de 2026.
“Todos estão apoiando o Alexandre de Moraes, então o Trump é a única saída”, disse durante o evento III Seminário Brasil Hoje, da Esfera Brasil.
Em junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível a cargos públicos até 2030. O tribunal entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e fez uso indevido dos meios de comunicação para colocar em dúvida o sistema eleitoral brasileiro.
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Bolsonaro ainda responde a uma acusação no Supremo Tribunal Federal (STF) de tentar articular um golpe de Estado após perder a eleição presidencial de 2022. Ele também responde a um inquérito que apura suposta atuação, em conjunto com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para pressionar autoridades norte-americanas contra o Supremo.
Valdemar destacou que Eduardo “está fazendo a parte dele”, mas negou que o partido apoie os atos.
Ele classifica os processos contra Bolsonaro como “perseguição constante”. “É uma guerra e eu não acho que o Trump vai perder”, disse.
O presidente do PL ainda afirmou que Trump nutre simpatia por Bolsonaro porque o ex-presidente brasileiro demorou a reconhecer a vitória de Joe Biden, em 2020.
Costa Neto também estimou que a transferência de votos dele seria de “no mínimo 30%”, mas declarou esperar que Bolsonaro possa se candidatar novamente.
O julgamento de Bolsonaro
O julgamento do caso sobre tentativa de golpe de Estado na Primeira Turma do STF está marcado para o dia 2 setembro.
Além das sessões de manhã e à tarde no dia 2, as demais sessões estão previstas para ocorrer nos dias 3, 9, 10 e 12 de setembro, conforme cronograma divulgado pela secretaria da Primeira Turma.
A ação penal 2668 é a mais avançada relacionada à trama golpista denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e tem como alvo o núcleo 1 da trama, também chamado núcleo “crucial”, grupo formado pelas que seriam as principais cabeças do complô.
Pela denúncia do procurador-geral da República, Paulo Gonet, elaborada com base nas investigações da Polícia Federal (PF), Bolsonaro foi o líder de uma trama golpista que tinha como objetivo mantê-lo no poder mesmo com derrota na tentativa de reeleição, em 2022.
Segundo a denúncia, o plano golpista começou a ser colocado em prática em meados de 2021, quando Bolsonaro orientou o alto escalão de seu governo a atacar o sistema eletrônico de votação, de modo a desacreditar o processo eleitoral e criar o clima social propício a uma ruptura democrática.
Ainda segundo a PGR, a tentativa de golpe culminou com o 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro que não aceitavam o resultado das eleições invadiram e depredaram amplamente as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Entre as provas apresentadas estão, por exemplo, minutas de um decreto golpista encontradas em endereços dos investigados, bem como rascunhos de planos como “Luneta”, “Copa 2022” e “Punhal Verde Amarelo”.
A PGR enfatizou que tais planos chegaram a prever, inclusive, o sequestro e assassinato de autoridades ainda em 2022, entre as quais o ministro do STF Alexandre de Moraes, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o vice eleito, Geraldo Alckmin.
*Com informações da Agência Brasil