Trump volta a atacar o Brasil; o que esperar do Ibovespa nesta sexta (15)

Donald Trump voltou a criticar o Brasil. Ontem (14), o presidente dos Estados Unidos chamou o país de “péssimo parceiro comercial” e classificando o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como “execução política”.
Segundo Trump, o Brasil impõe tarifas “muito maiores” aos EUA do que o contrário, dificultando o comércio bilateral. “Agora estão sendo cobrados 50% de tarifas e não estão felizes, mas é assim que funciona”, afirmou.
Ao contrário da declaração, o Brasil registra déficit na balança comercial com os EUA — ou seja, o país importa mais produtos norte-americanos do que vende para lá — desde 2009. Em 2024, esse déficit superou US$ 28 bilhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O republicano também voltou a defender Bolsonaro, dizendo acreditar em sua honestidade e chamando as acusações contra ele de “caça às bruxas”. Desde julho, Trump menciona o ex-presidente brasileiro em declarações públicas, vinculando as novas tarifas — anunciadas em 9 de julho — ao seu julgamento.
As críticas de Trump ao Brasil ganharam novo tom nesta semana, após o Departamento de Estado dos EUA divulgar o “Relatório de Práticas de Direitos Humanos de Países em 2024”. O documento, apresentado ao Congresso americano, afirma que a situação dos direitos humanos no Brasil “piorou” e critica decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
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Internacional
A atenção dos mercados está toda voltada para o Alasca, onde Trump e Vladimir Putin se reúnem em busca de um acordo de paz com a Ucrânia.
A reunião está marcada para as 16h (horário de Brasília), em uma base militar que já serviu a operações de espionagem contra a antiga União Soviética. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não foi convidado.
Apesar das críticas e ameaças trocadas nos últimos meses, ambos adotaram um tom mais otimista na véspera do encontro. Putin elogiou os “esforços sinceros” de Washington para encerrar o conflito na Ucrânia, mas condicionou um possível acordo à limitação de armas estratégicas — incluindo nucleares —, sinalizando uma tentativa de negociação paralela. Trump, por sua vez, disse acreditar que “ele [Putin] fará um acordo”, mas reconheceu que “nada está garantido”.
O ponto mais sensível das negociações será o futuro das regiões ucranianas sob controle russo, que hoje representam cerca de 20% do território do país. Nenhum dos lados indica disposição para abrir mão dessas áreas.
As bolsas asiáticas fecharam mistas. As europeias avançam, enquanto os índices futuros de Wall Street também operam sem direção definida nesta manhã.
Petróleo
O petróleo opera em baixa nesta sexta-feira, com o potencial retorno de mais commodities energéticas russas aos mercados.
Criptomoedas
As criptomoedas operam no negativo. O bitcoin (BTC) é negociado nos US$ 118 mil, apresentando uma queda de 2,1%. Já o ethereum (ETH) cai 2,5% e é negociado nos US$ 4.600.
Temporada de balanços
A temporada de balanços do segundo trimestre (2T25) chegou ao fim com resultados que prometem mexer com o pregão desta sexta-feira.
Com o lucro bem abaixo da expectativa, a R$ 3,8 bilhões, e um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de apenas 8%, pior patamar em décadas, é esperado que as ações do Banco do Brasil (BBAS3) voltem a desandar.
Por outro lado, o Nubank (ROXO34) apurou lucro líquido de US$ 637 milhões, alta de 42% em relação ao mesmo período do ano passado. No after-market de Nova York, a ação, que fechou em queda de 2,9%, disparou 7%.
Do lado das aéreas, a Azul (AZUL4) alcançou lucro líquido de R$ 1,29 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 3,5 bilhões. Já a Gol (GOLL4) registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão.
Ibovespa
No último pregão, o Ibovespa (IBOV) terminou o pregão com queda de 0,24%, aos 136.355,78 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,4171, com alta de 0,28%.
O iShares MSCI Brazil (EWZ), o principal fundo de índice (ETF) brasileiro em Nova York, subiu 0,22% no after-market de ontem, cotado a US$ 27,95.
Agenda: Veja a programação para hoje
Indicadores econômicos
- 09h – Brasil – Pnad Contínua trimestral
- 09h30 – EUA – Vendas no varejo
- 10h15 – EUA – Produção industrial
Agenda – Lula
- 10h – Reunião com Marco Aurélio Marcola, chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, e Oswaldo Malatesta, chefe adjunto de Agenda
- 13h – Partida para Campinas
- 14h20 – Chegada a Campinas
- 15h30 – Visita à linha de produção e inauguração da fábrica da GWM Brasil
- 18h30 – Partida para Brasília
- 19h50 – Chegada a Brasília
Agenda – Fernando Haddad
- 9h30 – Reunião com Juliano Noman, Presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR)
Agenda – Gabriel Galípolo
- 10h – Audiência com André Esteves, Chairman e Sócio Sênior do BTG Pactual
- 16h – Audiência com Joesley Mendonça Batista, Acionista da J&F Investimentos S.A
Morning Times: Confira os mercados na manhã desta sexta-feira (15)
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: +1,73%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,98%
- China/Xangai: +0,83%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,06%
- Frankfurt/DAX: +0,33%
- Paris/CAC 40: +0,71%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: -0,16%
- S&P 500: +0,08%
- Dow Jones: +0,66%
Commodities
- Petróleo/Brent: -0,61%, a US$ 66,43 o barril
- Petróleo/WTI: -0,70%, a US$ 63,51 o barril
- Minério de ferro: -1,08%, a US$ 108,10 a tonelada em Dalian
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -2,1%, a US$ 118.935
- Ethereum (ETH): -2,5%, a US$ 4.636,44
Boa sexta-feira e fique de olho no Money Times para acompanhar as notícias do mercado!