Tupy (TUPY3): BNDES esclarece convocação de assembleia e conselheiro fiscal renuncia
A Tupy (TUPY3), multinacional catarinense líder na produção de componentes para motores à indústria automotiva, atualizou o mercado sobre pedidos de acionistas, renúncia e convocação de Assembleia Geral Extraordinária (AGE), via fato relevante divulgado na noite de quinta-feira (25).
A companhia solicitou e recebeu esclarecimentos adicionais sobre o pedido apresentado pelo BNDESPar — braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém cerca de 30% da Tupy —, para convocação de AGE que deve eleger novos membros para o Conselho de Administração e Conselho Fiscal.
No início desta semana, a companhia recebeu do BNDESpar a indicação do ministro da Defesa, José Múcio, para ocupar um assento no conselho de administração do grupo. O ministro deve substituir o funcionário de carreira do BNDES Marcio Bernardo Spata, que renunciou ao posto de conselheiro.
Em resposta ao questionamento enviado pelo companhia sobre a indicação de Múcio e de Tiago Cesar dos Santos para o conselho fiscal, a BNDESPar esclareceu que solicitou a convocação de uma AGE para eleição de todo o Conselho de Administração, tendo em vista que o atual Conselho de Administração foi eleito pelo regime do voto múltiplo.
A Tupy também confirmou, via fato relevante, a renúncia de Rafael Marchesini do cargo de Conselheiro Fiscal Suplente, com efeitos imediatos.
“Adicionalmente, a BNDESPar solicita que, na mesma assembleia geral extraordinária, a companhia promova a eleição da cadeira do CF vaga em razão das renúncias de conselheiros fiscais titular e suplente, para que os acionistas da Tupy possam eleger novos membros. Por ocasião desta eleição, a BNDESPAR pretende indicar o Sr. Tiago Cesar dos Santos”, diz o esclarecimento.
Por fim, a Tupy recebeu pedido da acionista Charles River Fundo de Investimento Financeiro de Ações para convocação de Assembleia Geral Extraordinária, visando tratar sobre a reforma do Estatuto Social para
inclusão de requisitos de elegibilidade de membros do Conselho de Administração e da Diretoria.
Indicação gera ruídos
Em ata publicada ao mercado após a renúncia de Marcio Bernardo Spata, o presidente do Conselho, Jaime Luiz Kalsing, lamentou a renúncia.
Segundo Kalsing, o momento da companhia exige ‘esforço de todos para a execução dos projetos em andamento’.
O presidente do Conselho afirmou ainda considerar inadequada a forma como foi promovida a substituição de membros do colegiado no curso dos respectivos mandatos.
O conselheiro Mauro Cunha pediu a palavra para protestar contra a mudança — e foi atendido. Na ata, Cunha afirma ter recebido a renúncia com surpresa e decepção.
“Não se trata de uma primeira ocorrência. É, na verdade, uma repetição do ocorrido em 2023, quando funcionários do BNDES eleitos para o Conselho de Administração da Tupy renunciaram aos seus cargos para acomodar indicações políticas. O resultado foi dramático no preço das ações”, afirmou.