UBS BB revisa dólar para baixo, mas prevê turbulência com eleições em 2026

O UBS BB reduziu sua projeção para o dólar e agora estima a moeda a R$ 5,40 no fim de 2025 e 2026 — as previsões anteriores eram de R$ 5,80 e R$ 5,86, respectivamente. O banco, contudo, alerta que o período eleitoral de 2026 pode trazer maior volatilidade ao câmbio.
Em relatório divulgado nesta semana, os analistas destacam que o ciclo de afrouxamento monetário em grandes economias tem sustentado moedas emergentes, incluindo o real. Cenário que se aprofundou ontem (17), após o Federal Reserve cortar os juros nos Estados Unidos.
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Segundo o modelo macroeconômico do UBS BB, o valor de R$ 5,40 representa o ponto chamado de valor justo do dólar. O cálculo leva em conta fatores como o saldo comercial, preços de commodities, cesta de moedas emergentes e diferenciais de juros e inflação entre Brasil e EUA.
Conta corrente, eleições e volatilidade
De acordo com o UBS, o déficit em conta corrente do Brasil gira em torno de US$ 75 a 80 bilhões por ano, ou 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), nível acima da média histórica de 2,2%.
O resultado reflete um crescimento acima do potencial nos últimos anos e desemprego mais baixo. Com o desaquecimento da economia, os analistas projetam que o déficit recue nos próximos trimestres e retorne a níveis próximos da média histórica em 2026.
A conta corrente do balanço de pagamentos reflete as transações do Brasil com o exterior, incluindo comércio de bens e serviços, rendas e transferências.
Quando o déficit aumenta, o país depende mais da entrada de capital estrangeiro para se financiar, o que tende a pressionar o câmbio. Já uma melhora no indicador, como projeta o UBS BB para 2026, reduz essa pressão e ajuda a estabilizar o real.
No entanto, o banco ressalta que o ano que vem será marcado por eleições gerais, que devem movimentar o cenário político não só em relação a votação presidencial, mas também sobre governadores, deputados e dois terços do Senado. Com isso, a moeda deve oscilar.
Após o Banco Central manter a Selic no patamar de 15%, o banco ressalta que a política monetária brasileira segue apertada, com expectativa de cortes de juros apenas no fim do primeiro trimestre ou início do segundo trimestre de 2026.
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