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UBS oferece até US$ 1 bilhão por Credit Suisse

19 mar 2023, 10:49 - atualizado em 19 mar 2023, 13:10
credit suisse
O UBS pagaria 0,25 francos suíços por ação. Na sexta-feira, as ações do Credit fecharam a 1,86 francos suíços (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

O UBS oficializou, neste domingo, a oferta para comprar o Credit Suisse por até US$ 1 bilhão. Segundo informações do Financial Times, o acordo deverá ser fechado ainda neste domingo.

Com isso, o UBS pagaria 0,25 francos suíços por ação. Na sexta-feira, as ações do Credit fecharam a 1,86 francos suíços.

A Bloomberg News, citando pessoas com conhecimento do assunto, disse que o Credit Suisse está resistindo à oferta, acreditando ser muito baixa e que prejudicaria os acionistas e funcionários que possuem ações diferidas.

Se a aquisição falhar, a Suíça está considerando assumir o banco integralmente ou manter uma participação significativa de capital próprio, noticiou a Bloomberg.

A notícia de que o UBS poderia comprar o banco saiu ainda na sexta-feira.

O Credit Suisse, com 167 anos de existência, é o maior nome envolvido na turbulência do mercado desencadeada pelo colapso dos bancos norte-americanos Silicon Valley Bank e Signature Bank na semana passada, durante a qual o banco suíço perdeu um quarto de seu valor de mercado.

Para controlar a crise, o UBS está sendo pressionado pelas autoridades suíças a realizar uma aquisição de seu rival local, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto à Reuters.

O plano pode fazer com que o governo suíço ofereça uma garantia contra os riscos envolvidos, enquanto os negócios suíços do Credit Suisse podem ser desmembrados.

Gigante financeiro dos Estados Unidos, a BlackRock disse que não tem planos ou interesse em uma oferta rival pelo Credit Suisse, enquanto a Bloomberg noticiou que o Deutsche Bank estava analisando a possibilidade de comprar alguns dos ativos do banco.

Qual o tamanho do problema do Credit Suisse?

Os problemas do Credit Suisse não surgiram do nada. O banco suíço, junto ao Deutsche Bank e alguns bancos italianos, carrega riscos desde o fim da última crise financeira global, que atingiu a Europa com mais força entre os anos de 2011 e 2012.

A estrutura inchada do banco, calcada em ativos de baixa liquidez, colocaria o Credit Suisse em uma situação delicada em caso de qualquer corrida bancária. Uma série de boatos sobre a saúde financeira do banco divulgados ao longo do ano passado deu as exatas condições para que ocorresse justamente isso.

“Para quebrar um banco, basta um boato”, comenta William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue. Somente em 2022, as ações do Credit Suisse negociadas em Nova York desabaram 30%; em 5 anos, essa queda é de 80%. Hoje a instituição tem um valor de mercado de US$ 10 bilhões.

Para tentar conter a sangria em torno da retirada de recursos, o conselho executivo correu para o mercado em busca de uma capitalização, prometendo um plano de reestruturação e maior rigidez nas regras de conformidade.

E conseguiu. Com ajuda do SNB, o Credit levantou US$ 4.2 bilhões, ajudando a acalmar preocupações do mercado. Mas qualquer tranquilidade veio abaixo com o colapso ‘gêmeo’ do SVB e do Signature no fim de semana passado, gerado, em última instância, por questões semelhantes àquelas enfrentadas pelos suíços.

“Se o banco não reverter as saídas de recursos, e não restaurar a quantidade de ativos sob gestão, o efeito adverso pode levar a uma situação mais extrema”, avalia o estrategista-chefe da Avenue. Castro Alves também destaca que a liquidez do banco permanece próxima ou até abaixo de níveis estabelecidas por reguladores.

Com Reuters, Bloomberg e Jorge Fofano

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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