Um petisco de boteco surge como ‘vilão’ da inflação de outubro; entenda como o preço da batata frita impediu o IPCA de desacelerar ainda mais
O mercado teve razões para celebrar na última terça-feira (11): a desaceleração da inflação. Em outubro, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou um leve aumento de 0,09%, o menor para este mês desde 1998. No entanto, o resultado poderia ser ainda mais positivo se não fosse um inimigo…
Apesar da inflação estar arrefecendo, os brasileiros frequentemente sentem que algum produto do cotidiano está pesando no orçamento.
Se você faz parte do grupo que sempre escolhe aquela batata frita essencial no restaurante self service ou essa é sua principal opção de petisco no bar, saiba que ela foi a responsável desta vez.
Confira como cada segmento se comportou no IPCA de outubro:
- Alimentação e bebidas: 0,01%
- Habitação: -0,30%
- Artigos de residência: -0,34%
- Vestuário: 0,51%
- Transportes: 0,11%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,41%
- Despesas pessoais: 0,45%
- Educação: 0,06%
- Comunicação: -0,16%
O grupo de alimentos, que tem o maior peso no índice, interrompeu uma série de quedas desde maio. No entanto, a variação foi pequena, com estabilidade de 0,01%.
O índice poderia ter sido mais favorável se não fosse o aumento significativo de dois produtos: a batata inglesa, que subiu 8,56%, e o óleo de soja, que ficou 4,64% mais caro no mês passado.
Ou seja, dois ingredientes essenciais para quem aprecia uma batatinha crocante estão com preços mais “pesados” no mercado.
No caso do óleo de soja, a alta foi causada principalmente pelo crescimento das exportações. Com a valorização do produto no mercado externo, a oferta nas prateleiras brasileiras diminui, o que tende a elevar os preços.
A situação da batata inglesa é semelhante. O alimento também sofreu redução da oferta, mas por motivos climáticos. As chuvas fortes dificultam a colheita e elevam o valor do tubérculo.
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Outros vilões além da batata e do óleo de soja
O aumento nos preços da batata e do óleo em outubro parece até pequeno diante de outros “vilões” que afetaram a economia brasileira neste ano.
O setor de alimentos costuma ser presença constante quando se fala em itens que se destacam da média. Veja uma lista de alguns culpados mês a mês em 2025, com atenção especial para o tomate, a batata inglesa – que voltou a aparecer em outubro – e o café.
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Janeiro
- Cenoura: 36,14%
- Tomate: 20,27%
- Café moído: 8,56%
Fevereiro
- Ovos de galinha: 15,39%
- Mamão: 11,70%
- Café moído: 10,77%
Março
- Tomate: 22,55%
- Ovos de galinha: 13,13%
- Café moído: 8,14%
Abril
- Batata inglesa: 18,29%
- Tomate: 14,32%
- Café moído: 4,48%
Maio
- Batata inglesa: 10,34%
- Cebola: 10,28%
- Café moído: 4,59%
Junho
- Manga: 13,97%
- Tomate: 3,25%
- Queijo: 0,73%
Julho
- Pimentão: 14,33%
- Mamão: 12,40%
- Leite em pó: 0,47%
Agosto
- Limão: 24,90%
- Pimentão: 9,76%
- Melancia: 7,18%
Setembro
- Limão: 33,50%
- Manga: 5,06%
- Óleo de soja: 3,57%
Com informações de G1, Globo Rural e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).