Usiminas (USIM5): O que mudará com o controle nas mãos da Ternium? Ações disparam
As ações da Usiminas (USIM5) figuravam entre as maiores altas do Ibovespa na manhã desta quinta-feira (30). Por volta das 11h30, os papéis saltavam 6,44%, valendo R$ 7,27. A valorização vem após o anúncio de que o grupo Ternium fechou acordo com a Nippon Steel (NSC) para assumir o controle da companhia.
Para Daniel Sasson e a equipe de analistas do Itaú BBA, a transação é um bom sinal para as ações preferenciais da Usiminas, uma vez que demonstra o compromisso da Ternium com seu investimento na siderúrgica.
“Após uma queda de 52% no preço das ações nos últimos 12 meses, acreditamos que as ações podem encontrar algum alívio com a indicação de que a Ternium pretende continuar como acionista controladora e ativa”, afirmam.
Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, diz que, com o controle maior de um só acionista, a Usiminas deve se tornar mais ágil. Além disso, ele destaca que a companhia deve observar melhoras em suas regras de compliance.
Os analistas do Itaú não descartam um possível aumento da participação do grupo Ternium nas ações ordinárias da Usiminas daqui a dois anos, quando terá a opção de comprar as 153,1 milhões de ações restantes do NSC.
Na análise do Itaú BBA, USIM5 deve apresentar desempenho em linha com a média do mercado. Já para a Mirae, a recomendação é de compra, visando o longo prazo.
Ternium aumentará influência em Usiminas
Após a conclusão do negócio, a participação da Ternium no grupo de controle da companhia será de 61,3%, enquanto a Nippon e a Previdência Usiminas passarão a deter cerca de 31,7% e 7,1%, respectivamente. Com o acordo, a Ternium garante a maioria dos membros do conselho de administração da Usiminas, além de presidente-executivo e outros quatro membros da diretoria.
Para Sasson e o time do Itaú BBA, não há nenhuma preocupação com a alavancagem da Ternium. “A situação é confortável para a execução do plano de crescimento”, dizem.
A Ternium encerrou 2022 com uma posição líquida de caixa de US$ 2,5 bilhões. Isso significa que os US$ 130 milhões, usados para adquirir a participação do Nippon Steel, não terão um impacto significativo na alavancagem.
Os analistas destacam ainda que o grupo destinará cerca de US$ 500 milhões para investimentos em 2023 e US$ 2,9 bilhões extras entre 2024 e 2029 em projetos de crescimento.