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Usiminas (USIM5) recua após resultado fraco no 2T25; veja o que desagradou os analistas

25 jul 2025, 15:58 - atualizado em 25 jul 2025, 15:58
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(Imagem: Divulgação/Canva Pro - Montagem: Giovanna Figueredo)

As ações da Usiminas (USIM5) chegaram a cair 3,27% na mínima do dia desta quinta-feira (25), refletindo a reação negativa do mercado ao resultado do segundo trimestre de 2025 (2T25), divulgado pela companhia pela manhã.

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Por volta das 15h30 (horário de Brasília), os papéis recuavam 2,10%, a R$ 4,19.



O balanço, que mostrou queda expressiva na rentabilidade operacional, reforçou as preocupações do mercado com o cenário desafiador da indústria do aço no Brasil.

A empresa reportou lucro líquido de R$ 128 milhões, uma queda de 62% em relação ao primeiro trimestre, enquanto o Ebitda ajustado recuou 44%, para R$ 408 milhões, com margem de apenas 6%.

O desempenho ficou abaixo das estimativas de diversas casas de análise, incluindo o BTG Pactual, que já tinha uma das projeções mais conservadoras do mercado.

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Por que os analistas consideraram o resultado fraco

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi “fraco e abaixo do esperado”, com o Ebitda ficando 11% abaixo da estimativa do banco. A principal decepção veio da divisão de siderurgia, afetada por preços domésticos mais baixos, custos em alta e despesas operacionais maiores. Embora a geração de caixa tenha sido positiva, o banco vê esse movimento como pontual e não recorrente.

O Itaú BBA também classificou o resultado como negativo, citando o desempenho mais fraco que o esperado nos preços e volumes do aço. A casa destacou que o setor segue pressionado por importações elevadas e margens comprimidas, embora tenha reconhecido o esforço da empresa em ajustar seu capex (investimento em bens de capital) e sinalizar uma possível melhora sequencial no 3T25.

Na mesma linha, o BB Investimentos apontou que o resultado refletiu a deterioração do ambiente para a siderurgia no Brasil, agravada pela concorrência com o aço importado, cujos volumes bateram recorde no trimestre. A divisão de mineração também entregou menos do que se esperava. A casa destacou que, mesmo com a queda nas ações, o cenário ainda é difícil para justificar otimismo no curto prazo.

Apesar do balanço pressionado, o resultado da Usiminas trouxe alguns sinais positivos que foram destacados pelos analistas. O principal deles foi a forte geração de caixa no trimestre: a companhia registrou R$ 281 milhões em fluxo de caixa livre, revertendo o consumo de R$ 431 milhões observado no primeiro trimestre. O resultado foi impulsionado, em parte, por uma liberação de capital de giro, o que melhorou a posição de liquidez da empresa.

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Como reflexo direto disso, a dívida líquida recuou 24% na comparação trimestral, encerrando o 2T25 em R$ 1,04 bilhão. Com isso, a alavancagem financeira caiu para 0,50x, ante 0,71x no 1T25.

Outro ponto positivo foi a revisão do plano de investimentos para 2025, que passou de uma faixa entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,6 bilhão para um intervalo mais conservador de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão. A decisão foi bem recebida pelo mercado, em especial diante do cenário de pressão sobre as margens e do foco maior da companhia na disciplina de capital.

Além disso, a Usiminas anunciou um projeto estratégico de longo prazo: a aprovação de um investimento de R$ 1,7 bilhão na modernização e reconstrução parcial da Coqueria 2, na usina de Ipatinga.

O montante será desembolsado entre 2026 e 2029 e, segundo a empresa, permitirá que a Usiminas se torne autossuficiente em coque, uma das principais matérias-primas na produção de aço. A expectativa é que o projeto gere redução de custos a partir de 2029, o que pode contribuir para melhorar a competitividade da companhia no médio prazo.

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As ações valem a pena?

As casas de análise seguem divididas sobre o papel. BTG Pactual, Itaú BBA e BB Investimentos mantêm recomendação neutra, destacando a baixa visibilidade de recuperação, o cenário desafiador para o aço e o impacto persistente das importações.

No entanto, o UBS BB vê espaço para recuperação — ainda que também tenha recomendação neutra para os papéis. Para o banco, o pior já está no preço e há potencial de alta no segundo semestre, especialmente se os custos caírem como esperado e houver recomposição de posições vendidas.

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
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