Commodities

Usinas de açúcar da Índia planejam outro ano de vendas recordes

03 out 2020, 18:03 - atualizado em 01 out 2020, 15:13
Açúcar
O aumento da oferta do país do sul da Ásia, o terceiro maior exportador do mundo, deve colocar pressão sobre os preços globais (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

As usinas de açúcar indianas, que juntas respondem pelo segundo maior volume de produção do mundo, depositam suas esperanças nos subsídios do governo para exportar volumes recordes pelo segundo ano.

O setor espera a continuidade dos incentivos do governo, que podem ser anunciados a qualquer dia, disse Abinash Verma, diretor-geral da Indian Sugar Mills Association.

Os embarques podem subir para cerca de 6 milhões de toneladas no ano que começa em 1º de outubro, em relação ao recorde de 5,8 milhões de toneladas em 2019-20, acrescentou.

O aumento da oferta do país do sul da Ásia, o terceiro maior exportador do mundo, deve colocar pressão sobre os preços globais. O açúcar subiu cerca de 24% nos últimos seis meses em meio às preocupações de que a produção na Tailândia pode cair para o menor nível em uma década devido ao clima seco, Além disso, incêndios ameaçam reduzir a safra do próximo ano no Brasil.

As usinas indianas esperam que o governo aumente o preço de venda de referência, ajude a reforçar estoques de segurança pagando pelo custo de transporte, eleve os preços do etanol e elimine impostos de subsídio, disse Verma em entrevista. “O custo de produção é superior ao preço de venda do açúcar”, disse.

Os produtores aguardam o anúncio dos subsídios antes de decidir sobre a proporção de variedades de açúcar bruto e branco enquanto processam a supersafra de cana, disse Verma.

A produção de açúcar da Índia pode subir para 30,5 milhões de toneladas em 2020-21, depois de desviar parte do caldo da cana e do melaço pesado B para o etanol. Um ano antes, a produção foi de 27,2 milhões de toneladas, o menor nível em três anos, segundo dados da associação.

Subsídios

O aumento da oferta indiana assume importância em um momento em que a produção na Tailândia, o segundo maior exportador, deve cair quase 13%, para 7,2 milhões de toneladas em 2020-21. Seria o menor volume de produção desde a temporada 2009-10, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

A quantidade exportada vai depender em grande parte do tamanho do subsídio, e a safra é grande o suficiente para permitir embarques de até 7 milhões de toneladas, segundo Carlos Mera, analista do Rabobank, em Londres.

A produção nacional de cana pode subir cerca de 12% em relação ao ano anterior, para 399,8 milhões de toneladas em 2020-21, impulsionada por um aumento na área cultivada, de acordo com o Ministério da Agricultura.

Bruno Lima, responsável por açúcar da StoneX, disse por e-mail que as exportações da Índia não são extremamente necessárias para o mercado global neste momento, porém é necessário que o país coloque esse excedente no mercado.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.