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Vale a pena estar exposto a stablecoins brasileiras?

16 nov 2021, 14:41 - atualizado em 16 nov 2021, 14:41
Brasil bitcoin
Made in Brazil: mercado de criptomoedas brasileiras passa por consolidação (Imagem: Pixabay/cryptostock)

As stablecoins americanas, lastreadas em dólar, entram cada vez mais na mira de órgãos regulatórios devido à necessidade de lastro. Mesmo assim, o crescimento desse setor continua forte. No Brasil, esse movimento também é observado, mas, além da questão regulatória, a moeda vem com risco Brasil embutido, uma vez que segue o mesmo valor do real.

Recentemente, a Transfero, emissora da stablecoin BRZ (Brazilian Digital Token), anunciou que comprou o CryptoBRL (CBRL), outra stablecoin também lastreada na moeda brasileira.

O objetivo, segundo eles, é fortalecer a moeda BRZ, consolidar o mercado de stablecoins no Brasil e possibilitar maior acesso dos brasileiros ao mercado global de criptoativos.

O maior caso de usos de uma stablecoin é relacionado a possibilidade de interagir com corretoras descentralizadas, ou deixar uma parte do capital do portfólio em caixa. Entretanto, esse tipo de moeda segue o valor do ativo em que é lastreado, portanto uma eventual queda no ativo prejudica também a criptomoeda.

Segundo o anúncio feito pela empresa, a partir de 31 de dezembro todos os tokens CBRL serão inutilizados e os detentores do tokens terão até esta data para fazer a troca por BRZ na própria corretora em que a stablecoin está custodiada.

Dólar X Real

Uma outra alternativa bastante utilizada para interagir com as finanças descentralizadas são as criptomoedas lastreadas em dólar, que seguem a valorização da moeda americana, como Tether (USDT), USD Coin (USDC) e Binance USD (BUSD), esta última emitida pela corretora Binance.

Entretanto, uma stablecoin que segue o Real pode ser uma alternativa para investidores que desejam interagir com finanças descentralizadas, mas não querem se expor ao dólar.

Importante ressaltar que uma stablecoin lastreada em real não é a mesma coisa que o projeto de tokenização da moeda fiduciária brasileira proposto pelo Banco Central, o Real Digital.

Ambas têm o valor do real, e são centralizadas, ou seja, são emitidas por uma instituição financeira. Entretanto, segundo Safiri Felix, Diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, a BRZ, stablecoin brasileira, interage com uma blockchain pública. A previsão é que o Real Digital seja construído em uma Blockchain privada.

“É pouco provável que o BC opte por implementar o Real Digital efetivamente em uma infra estrutura de blockchain pública. Além disso, apesar do BRZ ter emissão centralizada, a utilização do token é totalmente livre para o detentor, ao contrário do Real Digital, que tende a impor regras restringindo a sua utilização.”

Na visão da empresa, stablecoins privadas e as CBDCs tendem a conviver e serem utilizadas em casos de uso específicos.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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