Análise Macro

Vale a pena investir nos Estados Unidos mesmo com tarifaço de Donald Trump? Executivo da Avenue responde questão

06 maio 2025, 14:17 - atualizado em 06 maio 2025, 14:20
Daniel Haddad, Chief Investment Officer (CIO) da Avenue (Imagem: Divulgação / Montagem Money Times)
Daniel Haddad, Chief Investment Officer (CIO) da Avenue (Imagem: Divulgação / Montagem Money Times)

Muitas análises foram feitas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o “Dia da Libertação”, quando foram impostas uma série de tarifas comerciais recíprocas contra diversos países do mundo. Bolsas caíram e a volatilidade imperou no mês que se seguiu. 

Mas para Daniel Haddad, Chief Investment Officer (CIO) da Avenue, plataforma referência em investimentos no exterior, há muito ruído em relação à imposição de tarifas e o que realmente se concretizou.

“Quando você olha o S&P 500, no fim das contas, a variação mensal ficou em menos de 0,8%”, comentou Haddad em um encontro com jornalistas nesta terça-feira (6). “Os traders olham a movimentação e ficam espantados, mas terminou mais ou menos no mesmo nível”. 

Para ele, no momento em que os acordos entre países com os EUA começarem a aparecer, a preocupação em relação à recessão norte-americana passará, tendo em vista que Trump deu um período de 90 dias para que essas negociações aconteçam. 

Proteção do dólar mesmo com Trump no poder

Mesmo que ocorra uma recessão nos Estados Unidos, a Avenue enxerga que o dólar tende a se beneficiar desse cenário, em especial em relação às economias emergentes, como é o caso do Brasil. 

“Não é hora de investir em bolsa, em ativos de risco, por exemplo. Mas colocar o dinheiro em renda fixa, dólar, não tem problema algum”, comenta Haddad, citando uma frase do grande investidor Peter Lynch, que diz: “Mais dinheiro foi perdido por investidores esperando uma recessão do que na recessão em si”.

Sobre a fraqueza do dólar, o executivo da Avenue explica que a demanda pela moeda norte-americana não deve arrefecer tão cedo, mesmo na gestão Trump.

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Atualmente, cerca de 90% das transações comerciais do mundo são feitas em dólar. Além disso, 25% do comércio do mundo passa pelos EUA. “Além disso, não temos alternativa ao dólar. Outras moedas não têm liquidez o bastante para serem usadas no comércio internacional”.

Por último, Haddad lembra a frase do economista e ex-professor de Harvard, Lawrence H. Summers: “a Europa é um museu, o Japão é um asilo, a China é uma prisão e o bitcoin é um experimento. Não há alternativa ao dólar”. 

Setores de destaque

Na visão da Avenue, a nova fronteira da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA), deve ser o setor de destaque no futuro — e os Estados Unidos que dominam esse novo segmento da tecnologia. 

De acordo com levantamento da própria Avenue, as quatro maiores empresas norte-americanas investiram cerca de 6,5 vezes mais em tecnologia relacionada à IA do que as companhias chinesas em 2024.

A perspectiva é de que esse número se repita em 2025 e 2026.

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É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
renan.sousa@moneytimes.com.br
É editor-assistente do Money Times. Formado em jornalismo pela ECA-USP, estuda ciências econômicas na São Judas. Atuou como repórter no Seu Dinheiro, Editora Globo e SpaceMoney.
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