Vale a pena investir nos Estados Unidos mesmo com tarifaço de Donald Trump? Executivo da Avenue responde questão

Muitas análises foram feitas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o “Dia da Libertação”, quando foram impostas uma série de tarifas comerciais recíprocas contra diversos países do mundo. Bolsas caíram e a volatilidade imperou no mês que se seguiu.
Mas para Daniel Haddad, Chief Investment Officer (CIO) da Avenue, plataforma referência em investimentos no exterior, há muito ruído em relação à imposição de tarifas e o que realmente se concretizou.
“Quando você olha o S&P 500, no fim das contas, a variação mensal ficou em menos de 0,8%”, comentou Haddad em um encontro com jornalistas nesta terça-feira (6). “Os traders olham a movimentação e ficam espantados, mas terminou mais ou menos no mesmo nível”.
Para ele, no momento em que os acordos entre países com os EUA começarem a aparecer, a preocupação em relação à recessão norte-americana passará, tendo em vista que Trump deu um período de 90 dias para que essas negociações aconteçam.
- VEJA TAMBÉM: Onde investir se a Selic subir mais uma vez? Acompanhe o Giro do Mercado e saiba o que fazer com seus investimentos
Proteção do dólar mesmo com Trump no poder
Mesmo que ocorra uma recessão nos Estados Unidos, a Avenue enxerga que o dólar tende a se beneficiar desse cenário, em especial em relação às economias emergentes, como é o caso do Brasil.
“Não é hora de investir em bolsa, em ativos de risco, por exemplo. Mas colocar o dinheiro em renda fixa, dólar, não tem problema algum”, comenta Haddad, citando uma frase do grande investidor Peter Lynch, que diz: “Mais dinheiro foi perdido por investidores esperando uma recessão do que na recessão em si”.
Sobre a fraqueza do dólar, o executivo da Avenue explica que a demanda pela moeda norte-americana não deve arrefecer tão cedo, mesmo na gestão Trump.
- E MAIS: Analista dá o veredito sobre as ações da Vale (VALE3) após o resultado fraco no 1T25; confira
Atualmente, cerca de 90% das transações comerciais do mundo são feitas em dólar. Além disso, 25% do comércio do mundo passa pelos EUA. “Além disso, não temos alternativa ao dólar. Outras moedas não têm liquidez o bastante para serem usadas no comércio internacional”.
Por último, Haddad lembra a frase do economista e ex-professor de Harvard, Lawrence H. Summers: “a Europa é um museu, o Japão é um asilo, a China é uma prisão e o bitcoin é um experimento. Não há alternativa ao dólar”.
Setores de destaque
Na visão da Avenue, a nova fronteira da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA), deve ser o setor de destaque no futuro — e os Estados Unidos que dominam esse novo segmento da tecnologia.
De acordo com levantamento da própria Avenue, as quatro maiores empresas norte-americanas investiram cerca de 6,5 vezes mais em tecnologia relacionada à IA do que as companhias chinesas em 2024.
A perspectiva é de que esse número se repita em 2025 e 2026.