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Vale: acionistas pedem Roberto Castello Branco para Conselho

16 mar 2021, 10:52 - atualizado em 16 mar 2021, 10:52
Roberto Castello Branco
Segundo os acionistas, os indicados pela Vale ao conselho não seriam a formação mais adequada para implementar uma mudança de cultura (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Um grupo de acionistas da Vale (VALE3) decidiu propor quatro nomes alternativos para compor o conselho de administração da mineradora, após a companhia ter apresentado antes uma lista de indicados aos cargos no colegiado.

Entre os nomes apoiados pelo grupo, que inclui acionistas como a corretora Geração Futuro, está o do atual CEO da Petrobras (PETR3; PETR4), Roberto Castello Branco, que está de saída após o presidente Jair Bolsonaro ter dito que nomeará o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o comando da petroleira estatal.

“Juntamente com alguns dos nomes oferecidos pela administração, estamos convencidos que serão capazes de energizar o Conselho de Administração da Vale para que ele possa de fato contribuir para superar os desafios que a empresa tem pela frente”, disseram os acionistas em carta aberta, que foi divulgada pela Vale na noite de segunda-feira.

Em um comunicado em separado, a Vale disse que esse grupo de acionistas indicou para o conselho os nomes de Marcelo Gasparino da Silva, Mauro Gentile Rodrigues Cunha, Rachel de Oliveira Maia e Castello Branco, que já foi diretor da Vale.

A mineradora convocou assembleia de acionistas para 30 de abril para deliberação sobre a formação do conselho.

Segundo a companhia, as indicações foram analisadas pelo atual conselho, que avaliou que “não há qualquer informação que os descaracterizem como conselheiros independentes”.

Os acionistas liderados pela Geração Futuro disseram que os conselheiros por eles sugeridos agregariam “conhecimento da indústria, da companhia, de governança, auditoria, compliance, gestão de crises” e outras experiências, incluindo relacionadas a diversidade e sustentabilidade.

Segundo eles, os indicados pela Vale ao conselho não seriam a formação mais adequada para implementar uma mudança de cultura que defendem para a companhia.

“A lista de candidatos traz pouca renovação para uma companhia com o histórico de problemas da Vale, e de performance inferior aos congêneres de mercado”, escreveram.

Vale
A Vale, por sua vez, defendeu que a lista foi definida por um comitê de nomeação formado por experientes executivos (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

Eles também questionaram o fato de um dos indicados pela Vale ser ex-diretor da companhia e outros terem sido até recentemente conselheiros vinculados ao acordo de acionistas da empresa.

A Vale, por sua vez, defendeu que a lista foi definida por um comitê de nomeação formado por experientes executivos e ex-conselheiros de empresas incluindo o ex-CEO da Petrobras Pedro Parente como coordenador.

“O resultado desses trabalhos foi, no entendimento do Comitê de Nomeação, uma lista de candidatos com qualificações e experiências balanceadas, diversificadas e complementares, adequadas à estratégia de negócios da Vale e de suas necessidades no futuro”, disse a companhia em resposta à carta dos investidores.

A Vale acrescentou ainda, sobre a renovação do colegiado, que foi sugerida recondução de sete membros dentre as 12 posições elegíveis.

Segundo a companhia, a manutenção de parte dos membros levou em consideração “a importância em garantir que o novo conselho possa operar sem trazer riscos à continuidade dos negócios e das diversas iniciativas em andamento relacionadas a Brumadinho”.