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Vale: ações já saltaram 63% em três meses. Hora de vender?

08 jan 2021, 14:58 - atualizado em 09 jan 2021, 0:23
Vale
De acordo com os cálculos da equipe, a Vale irá gerar um Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 40 bilhões em 2021 (Imagem: Vale/Instagram)

As ações da Vale (VALE3) dispararam nos três últimos meses 63% embaladas pela alta das commodities, especialmente do minério de ferro. A pergunta que fica é: os papéis possuem fôlego para subir mais?

Para o BTG Pactual a resposta é sim: os papéis da Vale não capturaram todo o potencial de alta.

Os analistas Leonardo Correa, Caio Greine e Ricardo Cavalieri não veem, por enquanto, sinais de reversão no cenário de precificação do minério de ferro.

“Acreditamos que há espaço para o setor continuar apresentando desempenho superior, especialmente à medida que a rotação continua e o consenso aumenta”, afirmam.

De acordo com os cálculos da equipe, a Vale irá gerar um Ebitda, que mede o resultado operacional, de US$ 40 bilhões em 2021, acima do consenso do mercado.

“Isso sugere que as revisões dos lucros devem continuar nas próximas semanas, o que deve ajudar a sustentar os preços das ações”, afirmam.

Eles também argumentam que com o preço do minério de ferro na faixa de US$ 130 por tonelada, a Vale pode ter um Caixa Livre para o Patrimônio Líquido (FCFE) yield de 18-19% em 2021.

“Isso sugere que a Vale poderia distribuir confortavelmente dividend yields na faixa de 12% a 15%, em nossa opinião”, pontuam.

Ainda tem o que melhorar

Mesmo que as ações da mineradora estejam baratas sob qualquer métrica, os analistas apontam que há espaço para redução do risco, como retorno de caixa, a recuperação dos volumes e redução dos custos e uma melhora das métricas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa).

O BTG tem a Vale como favorita do setor, com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 103.

“Vemos as ações negociando em 3,6 vezes o Ebitda 2021 (diferença relevante para os pares australianos) – em níveis grosseiramente subvalorizados (mesmo após a alta)”, concluem.

Vale: distribuição bilionária de dividendos fica mais perto

Cinco anos após a tragédia de Mariana (MG), a Samarco retomou as operações e reforçou a confiança dos analistas de que a Vale promoverá uma grande distribuição de dividendos em 2021.

A expectativa do BTG  é de que a mineradora pague US$ 10 bilhões aos acionistas no ano que vem, o que representaria cerca de 12% de retorno. A Vale divide, meio a meio, o comando da Samarco com a anglo-australiana BHP.

“A direção da Vale continua atacando as dragas do fluxo de caixa (uma a uma), e vemos isso [a retomada da Samarco] como um importante upside para suas ações”, afirmam os analistas.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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