BTG Pactual

Vale entra para elite da governança em pico operacional

19 out 2017, 17:20 - atualizado em 05 nov 2017, 13:53

Um dia depois de pavimentar o caminho para receber o selo máximo de governança corporativa na Bolsa, a Vale brinda o mercado com novo recorde trimestral de produção de minério de ferro. Os números ficaram em linha com o projetado pelos analistas, enquanto a cotação da commodity segue guiando e evolução das ações da mineradora.

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Na manhã desta quinta-feira (19), a mineradora divulgou uma produção recorde de minério de ferro no terceiro trimestre do ano, com um volume de 95,111 milhões de toneladas, aumento de 3,3% em relação ao observado no mesmo período do ano passado. As vendas foram menores do que o nível de produção, contribuindo com a estratégia de mercado de elevar os estoques.

Os dados vieram em linha com o esperado pelo Credit Suisse. Os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha destacam em relatório a confirmação de que a produção em 2017 ficará perto do limite inferior da faixa de 360 a 390 milhões de toneladas e o compromisso com a meta de produzir no longo prazo 400 milhões de toneladas.

A boa nova operacional coincidiu com uma assembleia histórica na quarta-feira (18). Acionistas da companhia aprovaram a eleição de Sandra Guerra e Isabella Saboya, nomes independentes indicados pela gestora Aberdeen (e especialistas em governança), para o conselho de administração e a conversão das ações preferenciais (PN) em ordinárias (ON), aproximando-a do Novo Mercado da B3.

“O Novo Mercado poderia trazer a governança corporativa da Vale para padrões de pares globais da companhia – e potencialmente levar a uma expansão de múltiplos de negociação das ações, juntamente com outros passos como a melhora de ROIC [retorno sobre o capital investido] e a redução da alavancagem”, avalia o analista do Citi, Alexander Hacking, em relatório.

Na visão dele, o processo para a inclusão no Novo Mercado da B3 deve ser finalizado no primeiro trimestre de 2018. Tal adesão faz parte do plano de reestruturação societária da Vale, no qual a companhia se tornará uma empresa de capital disperso, sem controlador definido (“corporation”).

Ações

Nesta quinta-feira, as ações da Vale (VALE3) registravam desvalorização de 1,15%, cotadas a R$ 31,90. O Ibovespa, principal índice da B3, perdia 1,12%, aos 75.731 pontos. Os papéis da mineradora reagiam ao declínio na cotação do minério de ferro no mercado internacional.

O minério à vista com teor de 62% de ferro negociado no porto de Qingdao marcou baixa de 2,93%, cotado a US$ 60,88 a tonelada, em reflexo da publicação do PIB da China do terceiro trimestre: a atividade econômica chinesa se expandiu em 6,8% no terceiro trimestre, em leve desaceleração em relação ao avanço de 6,9% apurado no segundo trimestre.

Para os analistas do BTG Pactual, as ações da Vale seguem bastante ligadas ao desempenho diário dos preços da commodity. “Dada nossa visão cautelosa sobre minério de ferro, preferimos permanecer de lado”, dizem Leonardo Correa e Gerard Roure. O banco vê a Vale como uma história de crescimento, com um novo estilo de gestão e importantes mudanças de governança corporativa em andamento. Isso, explica o BTG, poderia levar a uma reavaliação dos múltiplos.

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