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Vale: forte geração de caixa impressiona e cria expectativa sobre dividendos no 2º semestre

26 fev 2021, 16:56 - atualizado em 26 fev 2021, 16:56
Analistas do BTG Pactual projetam o dobro de retorno de caixa no segundo semestre, para US$ 8 bilhões, o que representa um yield de aproximadamente 9% (Imagem: Agência Vale)

A Vale (VALE3) reportou mais uma vez resultados sólidos, com os números vindo acima do esperado. Para os analistas da Ágora Investimentos, da corretora Ativa e do BTG Pactual (BPAC11), a forte geração de caixa da mineradora (US$ 4,9 bilhões) foi um dos principais destaques do relatório referente ao quarto trimestre do ano passado.

Segundo o BTG, o fato da Vale ter gerado US$ 4,9 bilhões em caixa (yield de 5%) no período é impressionante, uma vez que o montante está acima dos dividendos anunciados pela companhia, de aproximadamente U$ 4 bilhões (yield de 4,4%, com base nos resultados do segundo semestre de 2020).

“Mesmo considerando a “dívida líquida expandida” da Vale (incluindo provisões, Refis, outros), a alavancagem chegaria a US$ 13,3 bilhões, o que deixa a empresa com um múltiplo bem abaixo de 0,5 vez”, destacou a equipe de análise do banco.

Com o cenário atual favorável para os preços do minério de ferro, o BTG acredita que os números podem subir muito mais. Os analistas projetam o dobro de retorno de caixa no segundo semestre, para US$ 8 bilhões, o que representa um yield de aproximadamente 9%.

Para a Ágora, que tem a empresa como principal escolha em mineração e siderurgia, todos esses números indicam que a Vale está confiante com as tendências operacionais para 2021. A corretora estima dividendos totais de US$ 9 bilhões para este ano, podendo inclusive aumentar.

Resultados

No quarto trimestre, a Vale reportou lucro líquido de US$ 739 milhões. Dessa forma, a mineradora conseguiu reverter o prejuízo bilionário registrado no mesmo período de 2019.

Segundo a Vale, o resultado foi impactado principalmente por maiores despesas relacionadas ao rompimento da barragem em Brumadinho (MG), seguindo o Acordo Global para reparação.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) ajustado avançou 20% e totalizou US$ 4,2 bilhões. No segmento de minério de ferro, que registrou forte desempenho no trimestre, o Ebitda atingiu US$ 8,8 bilhões, beneficiado pela demanda aquecida na China.

O atual preço do minério de ferro e o guidance defensivo da companhia para 2021 vão manter o preço da commodity em alto patamar, disse a Ativa Investimentos (Imagem: REUTERS/David Gray)

A Ativa destacou que o recorde na produção de aço na China fez com que o preço do minério de ferro atingisse patamares muito elevados a partir do segundo semestre de 2020. A venda de minério de ferro para a China aumentou 10% na comparação ano a ano, representando 70% do total vendido pela companhia (64 milhões de toneladas, representando recorde).

A Ativa tem uma visão positiva para a Vale, mas levantou incertezas sobre o ritmo de vendas à China em 2021. No entanto, a corretora acredita que o atual preço do minério de ferro e o guidance defensivo da companhia para 2021, somados à oferta global ainda insuficiente, vão manter o preço da commodity em alto patamar. Além disso, o acordo de reparação firmado com autoridades de Minas Gerais diminuiu a percepção de risco e não mostrou grande impacto, considerando os resultados reportados pela mineradora.

A Ativa manteve a recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de R$ 99.

O BTG e a Ágora também seguiram com a indicação de compra. Os preços-alvo sugeridos são de, respectivamente, R$ 103 e R$ 120.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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