O vale-refeição está durando cada vez menos por conta da inflação
O roteiro é conhecido: o crédito do VR (vale-refeição) chega e a felicidade se instaura. Duas semanas depois, a pergunta que fica é: “Para onde foi aquele dinheiro?”. Será possível chegar à virada do mês sem precisar viver de suco de caixinha e bolacha de água e sal?
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Se serve de consolo, a explicação para esse ciclo vicioso está além de um controle de finanças pessoais questionável: a inflação de serviços e dos alimentos.
Uma pesquisa liberada pela Sodexo Benefícios e Incentivos revela um dado bastante familiar: em 2023, dos 22 dias úteis calculados para o uso do benefício, o VR consegue “bancar” apenas 11. Esse número é menos do que os 13 dias custeados em 2022, e até uma semana a menos do que era possível no período da pré-pandemia.
O levantamento mostra que empresas de todos os tamanhos aumentaram o valor do VR neste ano. Mesmo assim, o ajuste não está conseguindo acompanhar o aumento do custo médio das refeições fora de casa.
Em outro estudo, este feito pela Ticket Restaurante revelou que, entre 2021 e 2022, o custo para comer no restaurante cresceu quase 50%.
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De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o preço médio da refeição em 2022 era de R$ 40,64. Uma atualização do número será conhecida no fim do primeiro semestre.
Entre as modalidades mais comuns, as que mais pesam no bolso são o prato executivo, com média de preço de R$ 50,23, e o prato à la carte, que custa R$ 64,83.
No entanto, diferenças regionais podem fazer com que até mesmo o famoso “por quilo” possa desbordar – e muito – da média brasileira.
Inflação em fevereiro subiu 0,84%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflaçãooficial do país, subiu 0,84% em fevereiro, acelerando-se em relação à alta de 0,53% apurada em janeiro. O resultado veio acima da mediana projetada pelo mercado, de 0,78%.
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De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 1,37% nos primeiros dois meses do ano.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.