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Vale (VALE3): A possível reação do mercado ao 2T23 e à venda em metais básicos

28 jul 2023, 9:23 - atualizado em 28 jul 2023, 14:25
Vale
Lucro líquido das operações continuadas da Vale totalizou US$ 928 milhões. (Imagem: Bloombeg)

As ADRs da Vale (VALE) subiam 0,40% no pré-mercado de Nova York, a US$ 14,85, por volta das 9h desta sexta-feira (28), depois que a empresa divulgou o balanço do segundo trimestre de 2023 e uma venda em metais básicos.

Apesar de as ADRs – que também são influenciadas pelo minério de ferro – subirem, analistas divergem sobre a reação do mercado local aos números.

Para o BTG Pactual, a mineradora apresentou um conjunto de resultados melhores no 2T23 após um início de ano “altamente decepcionante”. O Ebitda, destacou, ficou em US$ 4,14 bilhões, alta trimestral de 12% e 10% acima da projeção do banco.

“Esperamos uma reação [dos investidores] ligeiramente positiva e reiteramos nossa classificação de compra”, disse em relatório assinado por Leonardo Correa e Caio Greiner.

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Venda em metais básicos

A Empiricus Research avaliou que a percepção de que a ação da Vale está subavaliada vai ganhando corpo, depois do anúncio da venda de 13% da divisão de metais básicos para a Manara, JV entre o PIF, fundo soberano da Arábia Saudita, e a Ma’aden, empresa de mineração do Reino Unido (que vão ficar com 10%), e o Engine No.1, um fundo da Califórnia, nos Estados Unidos, que investe em ativos de transição energética (que ficará com 3% do negócio).

A venda foi fechada pelo valor de US$ 3,4 bilhões — implicando em um valuation de US$ 26 bilhões para 100% da operação — os quais serão investidos no próprio negócio.

A transação implica em um múltiplo de 10x EV/Ebitda para a divisão de metais básicos (cerca de 11% do Ebitda consolidado da Vale), enquanto a Vale (VALE3) negocia apenas a 4x EV/Ebitda, destacou a casa de análises. 

“Enxergamos uma boa margem de segurança nas ações de Vale (VALE3) nos preços atuais, reforçado pelo valuation atrativo, boa alocação de capital e pela expectativa de estímulos na China”, disse.

“Negociando a menos de 4x EV/Ebitda para 2023 e com potencial de entregar um dividend yield acima de 10% no ano, a Vale segue como recomendação de compra da Empiricus Research”. 

Ação pode cair, diz Ativa

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, afirmou que as ações da Vale podem cair nesta sexta-feira porque, avaliou, a empresa apresentou resultado ainda fraco, uma revisão para cima dos guidances, um anúncio de JCP em linha com o esperado e formalização do acordo em metais básicos já aguardada pelo mercado. 

Arbetman destacou que a mineradora registrou receitas mais fracas em função das menores vendas e menores preços de minério e níquel na base anual, custos ainda elevados e despesas em linha com as expectativas. “A Vale acabou registrando um Ebitda inferior ao que esperávamos neste 2T23”, disse.

“Com um resultado financeiro pior na comparação anual, seu lucro líquido também nos decepcionou”, destacou o analista da Ativa. A recomendação da corretora é “neutra” para as ações da Vale.

Lucro da Vale cai

O lucro líquido das operações continuadas da Vale totalizou US$ 928 milhões no segundo trimestre de 2023, tombo de 77,6% sobre o mesmo período do ano passado.

O resultado veio bem abaixo das estimativas do consenso do mercado, que apostava em ganhos de US$ 2,20 bilhões, de acordo com o levantamento da Bloomberg.

O lucro do segundo trimestre também veio 50,5% menor em relação ao primeiro trimestre do ano, já sazonalmente mais fraco em função do aumento de volume de chuvas.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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