Comprar ou vender?

Potencial de até 40% para Vale (VALE3): 7 analistas dizem o que fazer com ação

29 maio 2025, 18:08 - atualizado em 29 maio 2025, 18:08
Vale
De sete analistas consultados pelo Money Times, cinco mantêm recomendação de compra e dois de neutralidade (Imagem: Facebook)

A Vale (VALE3) anda de lado em 2025 diante das incertezas com o minério de ferro e a economia da China, seu maior cliente. Junto com isso, as tarifas de Donald Trump ajudaram a colocar mais incerteza nesse caldo.

Diante disso, a gestão reuniu analistas para atualizar o mercado sobre o que a companhia está fazendo para passar por esse momento nebuloso.

Participaram da reunião Gustavo Pimenta (CEO) e Marcelo Bacci (CFO).

Veja abaixo os principais tópicos tratados.

Aumento da produção

Na divisão de minério de ferro, a empresa está centrada na execução de projetos-chave (incluindo S11D +20), visando uma produção de 340-360 Mt de minério de ferro, escreve a XP.

Com isso, espera-se que o aumento da produção leve a novas reduções de custos, com os custos C1 projetados para cair para US$ 20/t.

“Além disso, Pimenta destacou a estratégia flexível de mix de produtos da Vale, que permite que a empresa navegue em um ambiente desafiador de preços mais fracos do minério de ferro, otimizando a alocação de materiais de alto e baixo teor”;

Entre as prioridades da alta administração, a XP destaca:

  • um plano para aumentar a produção de minério de ferro sem depender das cavernas;
  • aprimorar o processo de licenciamento sem alterações regulatórias específicas;

Metais básicos

Nos metais básicos, a Vale planeja dobrar a produção de cobre até 2035, com projetos-chave como Bacaba, Alemão e Hu’u, embora os prazos permaneçam cautelosos devido a complexidades técnicas e considerações de financiamento.

Por outro lado, diz a XP, as operações de níquel continuam sendo um desafio, com a gestão focada na redução de custos e na eficiência operacional.

“Opções estratégicas, incluindo potenciais desinvestimentos de ativos menos lucrativos, estão sendo consideradas para aumentar a rentabilidade geral do portfólio”.

Dividendos ou recompra?

A XP explica que a empresa mantém uma política de dividendos mínimos, mas prefere implantar capital incremental por meio de recompras.

A administração da Vale reiterou a disciplina no capex (investimentos), visando abaixo de US$ 6 bilhões nos próximos anos, equilibrando as necessidades de manutenção com projetos de crescimento seletivo, preservando a flexibilidade financeira.

Além disso, reafirmou sua linha de base de investimento de US$ 5,9 bilhões/ano, mas continua trabalhando para reduzir esse valor.

Em relação a fusões e aquisições, a Vale avaliou a Bamin, uma mineradora brasileira subsidiária da mineradora cazaque Eurasian Natural Resource Corporation, mas observou que o investimento significativo necessário para tornar o projeto operacional o torna menos interessante.

O que fazer com a Vale?

De sete analistas consultados pelo Money Times, cinco mantêm recomendação de compra e dois de neutralidade.

Entre a casa mais positiva está o Santander, com preço-alvo de R$ 75, potencial de alta de 40%. Segundo os analistas, a empresa permanece no caminho certo com as diretrizes de produção e custos, enquanto os excedentes legados foram corrigidos.

“Mesmo com um cenário de preço de minério de ferro de US$ 80/t, a Vale espera manter forte liquidez, manter a alavancagem líquida em torno de 1,0x e preservar sua política de dividendos mínimos”.

O BTG permanece mais cético, porém. O banco até reconhece que a empresa conseguiu tirar problemas da frente, como a narrativa mais construtiva sobre minério de ferro, menores custos de caixa C1, avanços positivos em relação à Samarco e melhorias institucionais.

“No entanto, optamos por aguardar uma maior clareza sobre o ambiente macro mais amplo antes de fazer mudanças significativas. Além disso, a macro da China continua vulnerável”, explica.

Para o BTG, há novas revisões negativas para a companhia no segundo semestre de 2025, à medida que os investidores se ajustam a um cenário de preços mais fracos para o minério de ferro — “modelamos preços de US$ 95/t para 2025 e US$ 85/t para 2026“.

Já o Safra cortou o preço-alvo de R$ 72 para R$ 68 após encontro com a administração da companhia.

O novo preço embute potencial de alta de 26% ante o último fechamento, com recomendação de compra.

Segundo a casa, a queda reflete menores projeções nos resultados de níquel devido ao maior ponto de equilíbrio e preços mais baixos para o minério de ferro, “à medida que reduzimos os prêmios de longo prazo e aumentamos o ponto de equilíbrio”.

Mesmo assim, para os analistas, a ação parece atraente, sendo negociada a um EV/Ebitda (valor de mercado sobre resultado operacional) de 3,7x em 2025 e oferecendo um rendimento médio de 12% em fluxo de caixa (FCF) para 2025 a 2027 — uma boa comparação com seus concorrentes australianos (5,2x EV/Ebitda, FCF médio de 3%).

Casa Recomendação Preço-alvo VALE3 Preço-alvo ADR Potencial (%)
Santander Compra R$ 75 US$ 15 40
Itaú BBA Compra R$ 74 US$ 13 39
Goldman Sachs Compra US$ 16,1 72
Safra Compra R$ 68 US$ 11,9 27
Genial Compra R$ 61,5 US$ 10,5 15
BTG Pactual Neutra R$ 65 22
XP Neutra

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.