Vale (VALE3) pagará dividendos extraordinários após balanço sólido do 3T25? Veja o que dizem analistas
 
						A Vale (VALE3) confirmou um balanço no terceiro trimestre avaliado como sólido pelos analistas, que esperam que a mineradora declare dividendos até o final deste ano.
A empresa registrou lucro líquido de US$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior e acima das estimativas do mercado, de US$ 2,1 bilhões, segundo a LSEG.
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O destaque ficou por conta do bom controle de custos e da eficiência operacional, especialmente nas divisões de minério de ferro e metais básicos, ressaltou a XP Investimentos em relatório assinado por Lucas Laghi e equipe.
A dívida líquida expandida caiu para cerca de US$ 16,6 bilhões — redução de US$ 800 milhões na comparação trimestral —, enquanto o fluxo de caixa livre recorrente atingiu US$ 1,6 bilhão, apoiado pela transação da Aliança, de US$ 1 bilhão.
O fluxo de caixa livre recorrente (ex-Mariana e Brumadinho) atingiu US$ 1,562 bilhão, “bem acima das nossas expectativas”, destacou a corretora, refletindo melhores resultados operacionais, menor necessidade de capital de giro, menores despesas com juros em caixa e redução de capex.
A relação dívida líquida/Ebitda em dólares caiu de 0,9x no 2T25 para 0,8x, explicada pelo aumento do Ebitda dos últimos 12 meses. A dívida líquida expandida recuou 5% trimestre a trimestre, para US$ 16,6 bilhões, impulsionada pela venda da Aliança Energia (US$ 1 bilhão) e pela geração de FCF.
O segmento de Soluções em Minério de Ferro respondeu por um Ebitda ajustado de US$ 4 bilhões, alta de 6% na comparação anual. O desempenho refletiu preços de referência mais altos para o minério de ferro (Fe 62%) e custos de produção menores, com o C1 a US$ 20,7 por tonelada — estável em base anual e 6% abaixo da projeção da XP.
A XP ainda sublinhou que a Vale demonstra confiança em cumprir seu guidance de custo caixa C1 entre US$ 20,5 e US$ 22,0 por tonelada em 2025, mesmo diante de maiores gastos de manutenção e materiais em minas e portos.
E os dividendos?
Para o BTG Pactual, a declaração de dividendos extraordinários é “apenas questão de tempo”. O banco atribui alta probabilidade de que algum valor seja anunciado até o final do ano.
“A empresa está claramente entregando resultados consistentes e merece a recente valorização e revisões positivas. O momentum permanece forte, e esperamos reação positiva a esses números”, disse a instituição em relatório assinado por Leonardo Correa e Marcelo Arazi.
O BTG afirma que a Vale virou a página de seus problemas, incluindo desafios institucionais, Brumadinho, Samarco e instabilidade operacional. Para o banco, que nesta semana elevou o papel para “compra”, a empresa vem recuperando a confiança dos investidores.
“A vantagem da geração de fluxo de caixa livre (FCF) em relação às mineradoras australianas é notável (retornos de caixa ~6 p.p. maiores) e ainda não está totalmente refletida no preço” disse. “Embora a ação não seja uma barganha absoluta após a alta recente, a Vale negocia a cerca de 4x EV/Ebitda, contra 5–6x dos pares, e oferece dividend yields potenciais próximos de 11–12% em 2026”.
Já o banco Safra comentou que a administração da Vale pode optar por reduzir ainda mais a dívida líquida expandida antes de distribuir dividendos extraordinários.
No entanto, a instituição disse acreditar que os proventos serão pagos junto aos resultados do 4T25, “a menos que os preços do minério de ferro caiam significativamente daqui para frente”.
O banco, aliás, espera que os resultados da Vale cresçam sequencialmente no quarto trimestre, impulsionados por maiores vendas de minério de ferro e menor custo C1, de acordo com relatório assinado por Ricardo Monegaglia.
As perspectivas para os preços realizados, de acordo com o analista, seguem construtivas até agora: os preços do minério de ferro estão 1% acima da média do 3T25 (os preços spot, 6% acima), os do cobre, 9% acima (spot, 14% acima) e os do níquel, 1% acima (spot, 1% acima).
O Safra tem recomendação Outperform – equivalente à compra, assim como o BTG – para a Vale, mas a XP segue neutra, ” dada a nossa perspectiva relativamente cautelosa sobre os preços do minério de ferro no médio prazo”.
Para parte dos analistas, o futuro desempenho da mineradora enfrenta pressão de incertezas macroeconômicas, como a guerra tarifária, cortes na produção de aço na China e riscos de aumento da oferta global.
A companhia, por ora, tem demonstrado flexibilidade operacional e capacidade de ajustar seu mix de produtos conforme o mercado, além de seguir bem posicionada para cumprir o guidance de produção de 2025, também segundo analistas.
 
							 
				 
				 
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