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Vale (VALE3) barata e o que falta à CSN Mineração (CMIN3); entenda a preferência do Safra entre as ações

21 dez 2023, 16:52 - atualizado em 21 dez 2023, 16:52
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Vale ou CSN Mineração? Banco Safra tem recomendação mais positiva para uma delas (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

A CSN Mineração (CMIN3) acaba de ganhar cobertura pelo Banco Safra, com recomendação “neutro” e um preço-alvo em 12 meses de R$ 7,70.

Embora analistas da instituição vejam a empresa em uma posição privilegiada para expandir a capacidade e melhorar a qualidade do mix de seus produtos, o valuation não está uma barganha.

“Achamos que o valuation das ações da CSN Mineração não estão baratas após o rali de 82% desde o fim de agosto”, afirma o time, em relatório publicado nesta semana.

Porém, o Safra avalia que a empresa pode subir mais na Bolsa se os preços do minério de ferro melhorarem no primeiro trimestre de 2024, como esperado.

O Safra estima uma média de US$ 126/tonelada para os preços do minério de ferro em 2024 e 2025, já implícitos no valor de empresa da companhia.

De acordo com o banco, a CSN Mineração atualmente negocia a 5,5 vezes e 8,1 vezes EV/Ebitda (Valor da Empresa/Ebitda) para 2024 e 2025, respectivamente, ante média de 3,6 vezes desde o IPO, em fevereiro de 2021.

“As ações CMIN3 negociam a um prêmio de 1% para a média de Vale e das gigantes australianas para 2024 e a um prêmio de 34% para 2025”, afirmam os analistas.

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Um potencial alerta para CSN Mineração

Os resultados da CSN Mineração têm a maior alavancagem operacional para os preços do minério de ferro dentro da cobertura de empresas brasileiras de metais, segundo o Safra. Isso porque, além de a receita ser altamente exposta ao minério de ferro, a empresa tem uma estrutura de custos maior em comparação à Vale.

Na opinião da casa, investidores podem potencialmente escolher as ações da CSN Mineração para aproveitar os preços da matéria-prima da siderurgia no início de 2024. Porém, analistas ressaltam que esse efeito positivo no curto prazo pode virar um desafio para o balanço assim que os preços do minério de ferro começarem a cair, “o que antecipamos que deve começar no segundo trimestre de 2024”.

Na avaliação do Safra, a melhora na qualidade do portfólio pode potencialmente levar a um prêmio do minério de ferro da CSN Mineração em relação aos padrões benchmark, revertendo o desconto de cerca de US$ 12/tonelada realizado entre o primeiro trimestre de 2022 e o terceiro deste ano.

O Safra também destaca a “sólida” distribuição de dividendos para os próximos anos, com um dividend yield esperado de aproximadamente 7,5% para 2024 e uma média de ~7% entre 2025 e 2030.

Novo preço-alvo para VALE3

A Vale (VALE3) também ganhou um novo preço-alvo pelo olhar do Safra. O valor estipulado para a ação negociada na B3 foi levemente reduzida a R$ 90,50, enquanto o ADR (American Depositary Receipt, ou recibo de depósito de ações negociado nos Estados Unidos)  subiu de US$ 17 para US$ 18,10.

A recomendação de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) foi mantida.

Além de esperar preços de minério de ferro resilientes, o Safra ainda enxerga um valuation atrativo, com a ação negociada a múltiplos abaixo do nível visto como justo para 2024.

O banco afirma que a ação da Vale implica em um uma média de preços do minério de ferro a US$ 116/tonelada para 2024, abaixo da sua estimativa de US$ 119/tonelada.

Ainda, a ação da Vale está atrás da performance de outros pares, como Rio Tinto e BHP, o que parece excessivo, na opinião dos analistas.

“As ações da Vale negociam atualmente a um desconto de 27% para os gigantes australianos (Rio Tinto e BHP) em uma base EV/Ebitda a um ano à frente, aumentando desde que chegou a 10-15% em janeiro de 2023. Tamanho desconto se comparada com os 9% de desconto em cinco anos antes de Brumadinho e uma média de 27% após Brumadinho”, destaca o Safra.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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