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VALE3, CMIN3, CSNA3 e USIM5: Uma delas não tem mais gás para subir no ano, diz BBA; acabou o otimismo?

04 abr 2024, 12:31 - atualizado em 04 abr 2024, 14:18
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Itaú BBA elevou a recomendação de Usiminas e rebaixou a de CSN. (Imagem: Reuters/Washington Alves)

O Itaú BBA atualizou, em relatório de quarta-feira (3), as estimativas para as mineradoras e siderúrgicas listadas na bolsa brasileira, diante de um cenário desafiador para os preços globais do aço e um ambiente fraco para a procura de minério de ferro na China.

“Estamos favorecendo empresas que acreditamos estarem negociando a múltiplos relativamente baratos e que podem gerar fluxo de caixa livre (FCF) decente em 2024, até mesmo devolvendo dinheiro aos acionistas”, avaliam os analistas.

O banco elevou a recomendação de Usiminas (USIM5) para outperform (desempenho superior à média do mercado) e o preço-alvo dos papéis para R$ 12 (potencial alta de 18%), de R$ 9,5. Já a CSN (CSNA3) foi rebaixada para underperform (desempenho inferior ao mercado) e o preço justo caiu para R$ 15 (potencial queda de 2%), de R$ 20.

Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) seguem com indicações de outperform e market perform (em linha com o mercado), respectivamente. No entanto, os preços-alvos foram reduzidos para US$ 14 por ADR da Vale (+16%) e R$ 6 por ação CMIN3 (+15%).

As atualizações incorporaram as novas estimativas de preços de minério de ferro e os resultados das companhias no quarto trimestre de 2023 (4T23), explicam Barbara Soares, Daniel Sasson, Edgard de Souza e Marcelo Palhares, que assinam o relatório.

Por que o BBA está otimista com Usiminas?

Segundo o Itaú BBA, a nova recomendação e alvo para Usiminas se dão por conta de melhores perspectivas operacionais e um valuation atrativo.

As ações são negociadas a um EV/Ebitda esperado para 2024 de 3,6 vezes — “o que parece barato em comparação aos níveis históricos”, avaliam.

Os analistas estão otimistas com a potencial queda nos custos de produção de aço durante os próximos trimestres, o que deve sustentar uma dinâmica positiva de lucros para as ações.

“Vemos uma proposta de risco-recompensa decente, apoiada pelo rendimento decente de 8% do FCF esperado para 2024 e pela atraente vantagem de 18% do DCF”, dizem.

O que esperar da dupla CSN e CSN Mineração?

O rebaixamento da classificação e do preço justo de CSN veio devido ao fraco valuation e ao forte ciclo de investimentos na divisão de mineração para os próximos anos, explicam os analistas.

Agora, o BBA estima que a companhia tenha um Ebitda de R$ 9,45 bilhões em 2024, contra R$ 12,8 bilhões no modelo anterior, principalmente devido aos menores preços realizados do minério e aos menores preços domésticos do aço.

Além disso, eles veem uma geração de FCF negativa por conta da implementação de investimentos em mineração até 2028, e a CSN sendo negociada a um EV/Ebitda esperado para 2024 de 6 vezes — “o que parece um pouco esticado”, avaliam.

Já em relação à CSN Mineração, a manutenção da recomendação em market performance veio pela valorização de fluxo de caixa descontado (DCF) limitada.

“Vemos a companhia sendo negociada a 5,9 vezes o EV/Ebtida para 2024, um prêmio de 37% em relação à Vale e nos impedindo de sermos mais otimistas com as ações. O FCF de 2024 a 2028 também será prejudicado pelo projeto de expansão”, dizem.

A expectativa é que a companhia reporte um Ebitda de R$ 5,1 bilhões em 2024, abaixo dos R$ 7,9 bilhões anteriores, também por conta da nova curva de preços de minério.

E Vale?

Para a Vale, os analistas do BBA dizem que a revisão para baixo do preço justo das ADRs se deve, principalmente, à perspectiva para os preços do minério.

“Vemos agora um retorno total para o acionista (TSR) de 23% para 2024 (16% de crescimento do DCF + 7% de rendimento de dividendos, já excluindo os 2,4 mil milhões de dólares em dividendos pagos em março)”, afirmam.

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As ações da mineradora são negociadas a um EV/Ebtida esperado para 2024 de 4,3 vezes. “Embora reconheçamos a fraca dinâmica do preço do minério de ferro, vemos uma desvantagem limitada para o estoque nos níveis atuais”, ressaltam.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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