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Vale (VALE3): Por que 3T23 será um ‘divisor de águas’ para as ações no curto prazo, segundo Genial

17 out 2023, 13:01 - atualizado em 17 out 2023, 13:01
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Vale deve entregar números melhores no segundo semestre de 2023, avalia corretora (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

As ações da Vale (VALE3;VALE) tiveram um começo de ano para esquecer. Com um noticiário pouco animador vindo da China, a mineradora viu seus papéis derreterem mais de 20% no primeiro semestre de 2023, o que a colocou no ranking das maiores quedas do Ibovespa no período.

Porém, analistas da Genial Investimentos acreditam que o cenário deve começar a mudar com os resultados do terceiro trimestre.

“Nossa visão é de que o terceiro trimestre de 2023 será um divisor de águas para a performance das ações no curto prazo”, comentam Igor Guedes, Lucas Bonventi e Renan Rossi, da equipe de análise da corretora.

A Genial está na expectativa por um balanço que mostre melhora sequencial nos números, com o volume de minério de ferro produzido em recuperação devido ao ramp-up guiado pelo efeito sazonal.

A Genial lembra que os terceiros trimestre costumam ser os mais favoráveis para a produção da Vale, “considerando que, durante os segundos trimestres, ainda persiste a estação chuvosa em Carajás (PA), o que costuma oferecer uma barreira para aumento de volume, enquanto em Minas Gerais (MG) as chuvas acabam se concentrando principalmente nos primeiros trimestres”.

Para as vendas, as projeções indicam melhora “substancial” em comparação com o segundo trimestre e uma alta de dígito único em base anual.

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Gatilhos de curto prazo

Com a proximidade da divulgação dos resultados da Vale, marcada para 26 de outubro, após o fechamento do mercado, a Genial enxerga alguns gatilhos para o curto prazo.

Primeiro que, após a forte queda na primeira metade de 2023, as ações da companhia parecem atraentes pelos “eventos microeconômicos” que estão por vir.

“Abstraindo potenciais volatilidades ligadas ao ambiente macroeconômico da China, há razões que justificam nosso maior ânimo para a companhia”, afirma o time de análise.

Na opinião da Genial, os investidores deveriam ficar mais atentos ao que a mineradora está fazendo, o que está dentro da capacidade de execução dela, e não atribuir um “peso excessivo” ao mercado imobiliário chinês.

“Se fosse o caso de basearmos a nossa recomendação nessa variável apenas, a Vale seria uma empresa para o investidor passar longe, uma vez que estamos bastante pessimistas sobre potencial uma melhora específica nesse quesito, mesmo com as medidas tomadas recentemente pelo governo chinês”, pondera.

Dessa forma, os catalisadores para o curto prazo são:

  • arrefecimento nos custos C1 durante o segundo semestre de 2023;
  • início do processo de desestocagem já no terceiro trimestre do ano; e
  • expectativa de dividendos extraordinários de US$ 2,4 bilhões que podem vir em 2024.

Para o longo prazo, a corretora destaca que os projetos de capacidade adicional são promissores, “particularmente a barragem de Torto para pelotas em conjunto com a planta de briquetes no terminal Tubarão, seguida de uma nova planta, que em conjunto adicionarão uma capacidade total de +6 milhões de toneladas por ano”.

Top pick

Pensando que o balanço do terceiro trimestre começará a “reescrever” a narrativa da tese da Vale, a Genial está elegendo a companhia como a top pick no setor de metais e mineração.

“Nesse momento, preferimos a dinâmica das mineradoras a das siderúrgicas. […] Ficamos ainda mais convictos de que a Vale tende a obter uma performance que deve voltar a cativar os investidores, e,  portanto, as ações possuem os gatilhos necessários do ponto de vista racional para voltarem a subir”, defendem os analistas.

A corretora está com recomendação de “comprar” para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 83 para VALE3 e US$ 17 para os ADRs (American Depositary Receipts, negociados na Bolsa de Nova York).

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.