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Vale (VALE3): Recompra de debêntures mantém espaço para dividendos extraordinários? BTG responde

15 out 2025, 13:17 - atualizado em 15 out 2025, 13:21
VALE 3T24
(Imagem: Reuters/Washington Alves)

A Vale (VALE3) pode seguir com pagamentos de dividendos extraordinários, mesmo após o anúncio de recompra das debêntures da sexta emissão, avaliou o BTG Pactual em relatório desta quarta-feira (15).

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Na semana passada, a XP Investimentos chegou a dizer que a decisão de recomprar as debêntures participativas poderia diminuir a probabilidade de pagamentos extraordinários de dividendos no curto prazo.

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Isso porque esses títulos não estão incluídos no conceito de dívida líquida expandida da companhia — cuja meta está entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões —, o que, segundo o banco, pode elevar o limite de alavancagem da mineradora em até US$ 3,1 bilhões caso a totalidade das debêntures seja adquirida ao preço proposto de R$ 42 por unidade.

Mas a Vale, segundo o BTG, disse que pode acessar diferentes tipos de financiamento para limitar esse impacto sobre a remuneração aos acionistas. O banco também destacou a contribuição positiva da perspectiva resiliente para o mercado de minério de ferro.

A Vale acredita que os preços devem se manter resilientes, em torno de US$ 100 por tonelada, sustentados por esgotamento estrutural de minas, queda na qualidade do minério e demanda crescente de regiões como Índia, Sudeste Asiático e Oriente Médio, disse o banco.

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A Vale, ainda conforme o BTG, busca um equilíbrio entre dividendos e recompras de ações, considerando o perfil de seus investidores.

Disciplina de capital da Vale

O BTG destacou ainda que a Vale mantém disciplina de capital como um dos pilares estratégicos. A companhia reforçou que o processo de aprovação de projetos está mais rigoroso, de acordo com analistas.

Nos próximos anos, o capex de crescimento (investimentos para aumentar a capacidade produtiva ou expandir as operações) deve girar em torno de US$ 1,5 bilhão por ano, concentrado em minério de ferro e cobre — este último se tornando o principal vetor de expansão a partir de 2027.

Já o capex de manutenção deve variar entre US$ 4 bilhões e US$ 4,5 bilhões.

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Operacionalmente, diz o banco, o desempenho segue sólido, com crescimento de volumes e forte controle de custos — fatores que, combinados com preços firmes, devem se traduzir em um terceiro trimestre robusto, na avaliação do BTG.

Ainda assim, o banco não vê suporte para uma mudança de recomendação para compra, com um FCF yield estimado abaixo de 10% em 2026. 

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em mercado financeiro. Colaborou com revista Veja, Estadão, entre outros.