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Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) ou mineradoras e siderúrgicas júniores: Quem saiu melhor do 1T23?

19 maio 2023, 14:22 - atualizado em 19 maio 2023, 14:22
Mineração Minério de Ferro Vale
Vale, Usiminas e demais mineradoras e siderúrgicas sofreram com “efeito China” no 1T23 (Imagem: Pixabay/PublicDomainPictures )

As mineradoras e siderúrgicas sofreram com a demanda ainda fraca da China no primeiro trimestre deste ano, afirmam os analistas. No geral, os balanços das empresas decepcionaram o mercado, assim como nos três últimos meses de 2022.

Segundo o analista da Benndorf, Júlio Borba, havia uma grande expectativa na virada do ano com a reabertura econômica chinesa, que se traduziu em maior demanda, mas apenas em serviços. “Com isso, os setor industrial foi decepcionado”, diz.

Borba explica que não apenas os resultados das mineradoras e siderúrgicas decepcionaram no trimestre, mas também os próprios indicadores de atividade econômica chineses.

Ainda como “efeito China”, os setores foram impactados pelo preço da tonelada do minério de ferro no período, destaca o analista chefe do Simpla Club, Gabriel Bassotto. Os volumes de produção e vendas das companhias foram “fracos”, o que impactou as margens de lucro.

Os destaques do trimestre

Para o analista da Benndorf, o maior destaque dos setores de mineração e siderurgia no primeiro trimestre do ano foi a Ferbasa (FESA3; FESA4). “Foi disparado o resultado que apresentou a melhor resiliência no setor de mineração e metais”, afirma Borba.

O balanço de oferta e demanda apertados para as ferroligas produzidas pela empresa a ajudaram a manter margens acima da média, diz. “Olhando em uma janela mais longa, enquanto algumas empresas do setor caíram mais de 60% em um ano, a Ferbasa foi a com melhor performance”, ressalta.

Bassotto, do Simpla, também aponta Gerdau e CSN Mineração como destaques positivos, pois ambas surpreenderam com volumes de produção. Enquanto GGBR4 teve lucro ajustado de R$ 2,3 bilhões no período, CMIN3 lucrou R$ 516 milhões.

Para CSN Mineração, apesar do lucro abaixo das expectativas, o analista afirma que a margem Ebtida ajustada veio próxima a da Vale (VALE3) — o que é positivo pois a competitividade e eficiência da companhia são “muito maiores”. Além disso, a CSN Mineração voltou a ter geração de caixa positiva, destaca.

Quem se saiu mal?

Já do lado negativo do setor de mineração e siderurgia, aparecem CBA (CBAV3), Usiminas (USIM5) e Vale, pontuam os analistas. As empresas têm maior alavancagem e suas margens tendem a sofrer mais em períodos de commodities metálicas fracas e juros altos.

A CBA viu seu lucro líquido recuar 79% do lucro no primeiro trimestre, a R$ 89 milhões. Apesar disso, Borba, da Benndorf, vê um futuro “mais promissor” para a CBA, dado que o preço das ações já precifica um cenário catastrófico. Além disso, o alumínio está cotado a um patamar que deve quebrar muitas empresas, diz, o que reduzirá a oferta e levará os preços para cima novamente.

Por sua vez, a Usiminas reverteu o prejuízo em lucro de R$ 544 milhões nos três primeiros meses do ano. Os analistas destacam, no entanto, que os resultados da companhia continuam voláteis e difíceis de prever, além de estarem aquém do seu potencial.

Por fim, a A Vale teve recuo de 58% no lucro, a US$ 1,87 bilhão. Bassotto, do Simpla, reitera que os resultados vieram abaixo das projeções, mas diz que o caso da companhia “não é tão preocupante” por ter maior liquidez.

O que vale a pena no setor?

A preferência da Benndorf para o setor mineração & siderurgia é Ferbasa. “A companhia está posicionada em um segmento com fundamentos melhores, o de aço inox“, destaca Borba.

Além disso, a Ferbasa conta com vantagens competitivas de longo prazo e é controlada por uma fundação que depende dos proventos distribuídos pela companhia. “A distribuição de dividendos tende a ser bastante alta”, diz.

A recomendação para FESA4 é de compra. Além dela, Vale, CBA, Gerdau e Gerdau Metalúrgica (GOUA4), também têm indicação de compra no setor. Já Usiminas, CSN (CSNA3) e CSN Mineração têm recomendação neutra.

Já o Simpla Clup, tem preferência por Vale. Segundo Bassotto, a empresa tem vantagem competitiva de escala por ser a maior do setor. “Os custos que impactaram todas as empresas, pressionam menos a Vale”, afirma.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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