Comprar ou vender?

VALE3, BRAP4, CSNA3, CMIN3, GGBR4 e USIM5: De 6 ações, apenas duas têm selo de compra pelo BTG; confira

22 dez 2023, 20:06 - atualizado em 22 dez 2023, 20:06
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Vale é uma das apostas do BTG em mineração e siderurgia (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

O minério de ferro deve seguir a níveis elevados, com o BTG Pactual projetando uma nova curva de US$ 120/tonelada para 2024.

O banco prevê “muito pouco crescimento” da oferta das principais empresas do setor no próximo ano, com Vale (VALE3) apresentando um guidance de produção praticamente estável em relação a 2023. Além disso, a produção chinesa de aço bruto deve se manter acima de 1 bilhão de toneladas, apoiada pelas exportações.

“Isto ainda levaria o mercado a um pequeno déficit de aproximadamente 30 milhões de toneladas, o que acreditamos que deverá manter os preços acima dos custos marginais de produção (US$ 90-100/tonelada)”, avalia.

Portanto, o BTG espera que o minério de ferro continue exibindo “características antifrágeis” e “acreditamos que o ambiente de curto prazo esteja inclinado para o lado positivo, dados os baixos estoques e as restrições sazonais de oferta que prevemos para o primeiro semestre de 2024 (US$ 140-150/tonelada em breve?)”.

Para 2025-27, as estimativas para a curva de minério de ferro são menores, com correção esperada a US$ 105/90/80, respectivamente.

Siderurgia para trás

Em relação ao segmento de siderurgia, passado o ano difícil que foi 2023, o mercado ainda projeta desafios. De acordo com o BTG, com exceção dos mercados siderúrgicos dos EUA, que continuam a deter uma relativa força, existem poucos ângulos positivos na indústria global.

“O setor siderúrgico brasileiro tem se confrontado com um duplo golpe de fraca demanda interna e um enorme aumento nas importações de aço, impactando significativamente a rentabilidade do setor. A Gerdau (GGBR4), que consideramos a empresa com as maiores vantagens competitivas, está reportando margens Ebitd compatíveis com momentos operacionais ruins do ciclo, de apenas 12-13% (a margem de siderurgia da CSN [CSNA3] atingiu perto de 0 – inimaginável)”, destaca.

Apesar disso, a Gerdau é a empresa que o BTG considera com as maiores vantagens competitivas dentro do setor. E, dadas as expectativas deprimidas e o efeito de base de comparação, é difícil imaginar que haja muito mais downside (potencial de queda) em 2024, defende a equipe.

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O que comprar?

O BTG destacou cinco empresas ligadas ao universo de metais e siderurgia e elegeu sua favorita. Vale ainda é a favorita e pode atingir os R$ 96, de acordo com o banco, que se apoia em perspectivas de melhora operacional em 2024 e preços elevados de minério de ferro.

Na opinião da casa, o pior momento operacional da empresa ficou para trás, e a tendência é que a produção e o volume de embarques, assim como os custos, melhorem daqui para frente.

“Prevemos que o quarto trimestre melhorará em todas as frentes: volumes, preços e custos – melhor momento operacional dentro da nossa cobertura”, afirma.

A Vale segue como um dos nomes preferidos da casa para se expor à reaceleração da economia chinesa e chama atenção pelo nível de dividendos esperados, com retornos de caixa previstos de 12-13% para 2023-24, incluindo recompras de ações.

O BTG também tem recomendação de compra para Bradespar (BRAP4), holding que investe na Vale, embora a preferência siga para a mineradora.

Em relação a Usiminas (USIM5), a recomendação é neutro devido à baixa visibilidade dos lucros no curto prazo.

“Os reveses operacionais e a grande reforma (uma vez a cada 20 anos) do Alto-Forno 3 contribuíram para a pressão contínua sobre as margens Ebitda do aço nos últimos trimestres”, afirma.

De acordo com o BTG, são necessárias mais evidências de execução bem-sucedida antes que uma postura mais otimista em relação à tese possa ser garantida.

A recomendação neutra também cabe à CSN e seu braço de mineração CSN Mineração (CMIN3), devido a preocupações com alocação de capital e falta de visibilidade operacional.

De acordo com o BTG, a CSN Mineração tem enfrentado alguns reveses no desempenho operacional e na entrega de crescimento desde o IPO, mesmo com 2023 se mostrando um bom ano para a empresa.

Já a CSN engata uma agenda de crescimento em evolução, com a alavancagem se desviando bastante dos seus pares, “o que acreditamos aumentar a percepção de risco”.

“Estamos relativamente cautelosos quanto às perspectivas para o grupo nos próximos trimestres e vemos melhores riscos/retornos em outras teses da nossa cobertura”, completa o BTG.

Por fim, o banco recentemente rebaixou Gerdau a “neutro”, mesmo considerando as operações da companhia “relativamente bem administradas” e o papel como um ativo de primeira classe.

O corte chega diante da expectativa de um ambiente operacional que deve se deteriorar ainda mais daqui para frente, com pressões na unidade brasileira (as importações continuam aumentando, pressionando as vendas e limitando o poder de repasse de preços) e projeção de normalização da rentabilidade das operações nos Estados Unidos.

“Esperamos que o consenso continue revisando (para baixo) os resultados de 2024 da Gerdau (os resultados do quarto trimestre e do primeiro trimestre de 2024 devem ser muito fracos) e optamos por rebaixar taticamente nossa recomendação para Neutro depois de quase uma década no terreno otimista”, explica ao BTG.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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