VALE3, CSNA3, CMIN3, USIM5: Os ganhadores e os perdedores do 2T25, segundo Safra

As expectativas para o segundo trimestre de 2025 para o setor de mineração e siderurgia não estão nada boas, pelo menos na visão do Safra.
Sem os gatilhos da máquina chinesa, as empresas aqui no Brasil podem sofrer novas quedas dos números.
O banco cortou a projeção de todas as empresas sob a cobertura em metais e mineração. E se a situação não está fácil, Usiminas (USIM5) será ainda pior, segundo o banco.
A Gerdau (GGBR4), por outro lado, terá uma pequena melhora, enquanto a Vale (VALE3) verá menores custos e melhor desempenho de volumes compensando a queda nos preços do minério de ferro e níquel no trimestre.
Veja a seguir
Vale
Na visão do banco, a mineradora Vale reportará um Ebitda, que mede o resultado operacional, tirando a multa de Brumadinho, de aproximadamente US$ 3,3 bilhões, alta de 3% em relação ao trimestre anterior e 2% abaixo do consenso da Visible Alpha, de US$ 3,4 bilhões.
Além disso, o Ebitda do segmento de minério de ferro ficará em torno de US$ 2,9 bilhões (estável no trimestre).
A queda dos preços realizados de 7,5% no trimestre, para US$ 84, e o breakeven (ponto de equilíbrio) mais alto para minério fino e pelotas em US$ 57,5/t (alta de US$ 3) serão compensados por um aumento nos embarques (elevação de 16%).
Os analistas projetam ainda custo caixa em US$ 25,2 a tonelada (aumento de US$ 0,5 no trimestre).
Já o resultado do segmento de níquel e cobre aumentará para aproximadamente US$ 579 milhões (aumento de 5%), uma vez que:
- o custo total por tonelada de níquel caiu para US$ 12.864/t (recuo de 18% no trimestre);
- os volumes embarcados de cobre e níquel aumentaram, compensando mais do que proporcionalmente:
Por outro lado, os preços de níquel caíram levemente.
Usiminas
A Usiminas terá o resultado mais fraco, na visão do Safra.
É esperado que a companhia reporte Ebitda de R$ 408 milhões, tombo de 44% no trimestre e 40% abaixo do consenso da Visible Alpha (R$ 678 milhões).
Resultados do segmento de aço devem cair 37% para R$ 333 milhões, refletindo:
- queda de preços domésticos (-2% T/T) e de exportação (-4%)
- menores embarques (-4%)
Já a mineração deverá ter resultado ainda pior, com recuo de 64% no trimestre para o Ebitda, impactado por preços realizados do minério a R$ 348 a tonelada (queda de 16% no trimestre)
“Mesmo com maior volume de embarques (2,4 Mt, +8% T/T), o impacto negativo dos preços deve prevalecer”.
CSN e CSN Mineração
Para a CSN, o Safra espera que a empresa reporte Ebitda de aproximadamente R$ 2,35 bilhões no trimestre, queda de 6% ante o trimestre passado e 11% abaixo do consenso da Visible Alpha (~R$ 2,64 bilhões), com resultados mais fracos em mineração superando as melhoras em logística, cimento e aço.
Na mineração, a CMIN reportará Ebitda ajustado de aproximadamente R$ 1,25 bilhão, queda de 12% e 4% abaixo do consenso da Visible Alpha (R$ 1,30 bilhão).
Os resultados devem ser impactados pelos preços realizados mais baixos do minério de ferro, o que deve mais do que compensar o aumento nos embarques para 11,1 Mt (alta de 15% T/T).
Gerdau
O Safra espera que a Gerdau reporte Ebitda de aproximadamente R$ 2,6 bilhões, alta de 8% no trimestre e 2% abaixo do consenso da Visible Alpha (R$ 2,66 bilhões).
O destaque deve ser novamente a divisão América do Norte, com melhora trimestral puxada por:
- embarques maiores (2% T/T);
- preços realizados mais altos;
- custos menores.
Já no Brasil, o Ebitda deve cair devido a preços realizados mais baixos.
“Mesmo com um leve aumento nos volumes (+2%), esperamos uma melhora modesta na América do Sul”.