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Varejistas enfrentam chuva de corte de recomendação do Safra; veja 3 grandes apostas do banco para 2024

26 dez 2023, 17:00 - atualizado em 25 dez 2023, 11:06
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Safra cortou recomendação de quatro empresas do varejo (Imagem: Ag. Brasil/Fernando Frazão)

O Safra fez uma grande atualização dentro do setor de varejo. Com foco no consumo discricionário, o banco realizou quatro rebaixamentos, sendo que Arezzo (ARZZ3), Guararapes (GUAR3) e Vivara (VIVA3) passaram a ter recomendação neutra – com preços-alvo de R$ 78, R$ 7,70 e R$ 37,30, respectivamente – e Alpargatas (ALPA4) ganhou classificação de “underperform” (desempenho esperado abaixo da média do mercado, equivalente a “venda”), com preço-alvo de R$ 8,90.

O novo preço-alvo para a Alpargatas implica em potencial de queda. Além disso, os analistas citam um risco de execução substancial relacionado ao atual processo de turnaround da companhia.

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2023, um ano de “vencedores e perdedores”

Em 2023, Vivara entregou os resultados mais consistentes, considerando os nove primeiros meses do ano, na avaliação do Safra. Para a instituição, a rede de joalherias teve melhorias desde a primeira linha do balanço até a última, considerando as estimativas da casa para o período.

“Também é a companhia cujas estimativas do consenso para LPA (Lucro Por Ação) em 2023 tiveram a menor mudança (-4%) ao longo do ano”, acrescentam os analistas Vitor Pini, Gabriela Ferrante e Tales Granello, em relatório divulgado neste mês.

Outros destaques positivos foram Arezzo, que entregou um Ebitda ligeiramente melhor, mas um LPA que, por pouco, não bateu as projeções; e Grupo SBF (SBFG3), com Ebitda maior devido a melhoras estruturais nas despesas.

Do lado dos “perdedores”, Alpargatas mostrou a pior performance do segmento nos primeiros nove meses de 2023, de acordo com o Safra. O Ebitda ficou mais de 60% abaixo do esperado. Além disso, o banco destaca que houve uma forte queda ao longo do ano das estimativas do consenso para o lucro líquido.

O Safra também levanta Grupo Soma (SOMA3) e Lojas Renner (LREN3) como os nomes que entregaram um ano ruim.

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Olá, 2024: “o elefante na sala” e as melhores apostas

O varejo deve se beneficiar de um cenário de recuperação da atividade econômica, diz o Safra, amparado pelo ciclo de flexibilização monetária no Brasil que se iniciou em agosto.

“Em outras ocasiões, as reduções das taxas de juros foram seguidas de um aumento da atividade econômica e do consumo geral, o que é nossa expectativa para 2024, especialmente considerando o nível atual de endividamento da população média brasileira”, afirma a equipe de análise.

Por outro lado, as varejistas precisarão lidar com “o elefante na sala”: segundo o Safra, discussões relacionadas a subsídios fiscais podem machucar o lucro das companhias e, consequentemente, seus valuations e retornos esperados.

No pior cenário, com todos os impostos aumentando, Alpargatas sai como a mais afetada, enquanto Lojas Renner sentiria o menor impacto.

Porém, o Safra avalia que qualquer aumento de imposto seria parcialmente mitigado pelo aumento de preços dentro da faixa de 1-5%.

“Então, no fim das contas, o impacto pode não ser tão grande quanto inicialmente antecipado pelo mercado.”

As principais apostas do Safra para 2024 seguem a seguinte ordem:

  • Grupo SBF (recomendação de “outperform”, equivalente a “compra”, e preço-alvo de R$ 15,20) – conta com o maior potencial de valorização e precisaria do menor aumento de receita líquida para mitigar qualquer potencial elevação de imposto;
  • Grupo Soma (recomendação de outperform e preço-alvo de R$ 9) – a maior parte do impacto negativo vindo dos últimos resultados abaixo da média e um ritmo menor de crescimento no futuro já estão precificados, oferecendo potencial de upside considerável; e
  • Lojas Renner (recomendação de outperform e preço-alvo de R$ 21,70) – deve se beneficiar de um cenário macro positivo, com um potencial de upside decente.
Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.