Entrevista

Veja 5 ações em que a Dahlia Capital, gestora com R$ 10 bi de patrimônio, vai investir em 2022

08 dez 2021, 12:09 - atualizado em 08 dez 2021, 12:09
Mercados de Ações
Dahlia começou 2021 bastante otimista com empresas de commodity, mas reduziu a exposição a algumas companhias do setor na metade do ano (Imagem: REUTERS/Regis Duvignau/File Photo)

Com cerca de R$ 10 bilhões sob gestão, a Dahlia deve começar 2022 no modo defensivo, com renda fixa, dólar, além de ações de commodities e de empresas locais com receitas desvinculadas da economia brasileira.

“Cerca de 90% das ações que a Dahlia tem hoje, a gente tinha no primeiro dia de operação”, disse a sócia-fundadora da gestora criada em 2018, Sara Delfim, ao Money Times. “A gente muda mais as posições”.

Segundo Delfim, a casa começou 2021 bastante otimista com empresas de commodity, mas reduziu a exposição a algumas companhias do setor na metade do ano. “A gente continua com participação na Vale (VALE3)”, comenta.

A Dahlia não reduziu a participação em petroleiras, por conta da crise de energia, segundo a gestora.  “Não tem por que cair [as ações] agora”, diz.

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Havaianas

Delfim afirma que a gestora gosta do setor de tecnologia de modo geral, mas citou empresas brasileiras com receitas diversificadas — entre elas a Alpargatas (ALPA4), a dona da Havaianas.

“É uma das maiores empresas do mundo e com uma marca que é muito forte”, diz, destacando a “percepção de valor” sobre o produto.

Para ela, outro ponto positivo da empresa é ticket médio mais baixo no Brasil, em um momento de economia mais fragilizada: a Havaianas pode ser um opção de presente no Natal, exemplifica.

No terceiro trimestre, a marca registrou avanço de 10% na receita no mercado interno, para R$ 742,3 milhões, enquanto no exterior o crescimento foi de 8,3%, para R$ 234 milhões.

Com todas as operações, o lucro da Alpargatas subiu 29 vezes na base anual, a R$ 5,36 milhões.

Petz

Delfim cita a Petz (PETZ3) por causa do perfil das vendas da companhia: cerca de 80% em alimentos. “Não é algo que o consumidor deixa de comprar. Em último caso, ele escolhe a opção de preço mais baixo”.

A gestora também cita serviços considerados essenciais, como o de venda de medicamentos.

A Petz atua em um mercado pulverizado e é vista por analistas como uma potencial consolidadora do segmento. No balanço no terceiro trimestre, a rede totalizou 153 unidades em todas as regiões do Brasil, com dez inaugurações no período e 35 nos últimos 12 meses.

A empresa registrou lucro líquido de R$ 26,6 milhões no terceiro trimestre, alta de 56,1% ante o mesmo período de 2020.

Santos Brasil

A fundadora da Dahlia também menciona a Santos Brasil (STBP3), que opera containers no terminal do porto de Santos.

Ela avalia que a demanda de exportação e importação tem melhorado, que houve “grande reajuste” de preços no começo deste ano” e que o volume movimentado nos três terminais da empresa tem sido maior.

“A companhia ainda não atingiu o pico de resultados”, afirma.

A Santos Brasil registrou lucro líquido de R$ 66,6 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 5,4 milhões, registrado no mesmo período do ano anterior.

WEG e Copa

Na lista de empresas que a Dahlia mantém posição ainda estão WEG (WEGE3), e a Copa Airlines (CPA), companhia do Panamá que não tem papéis negociados no Brasil.

A empresa brasileira é conhecida no mercado como um papel mais defensivo, por causa de, entre outras coisas, a receita da companhia no exterior. Delfim lembra também que a WEG tem uma atuação “muito diversificada”.

Já a Copa Airlines – cuja dona, a Copa Holdings, tem ações negociadas em Nova York –, é vista pela gestora como uma empresa de “vantagem competitiva muito grande” em um momento de aumento de demanda em meio a uma reabertura das economias.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.