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Vendas e lançamentos de imóveis caem no 4º tri, diz Cbic

27 fev 2023, 10:31 - atualizado em 27 fev 2023, 12:54
Cbic
Em 2022, as vendas de imóveis residenciais novos no país caíram 3,2%, para 304,4 mil unidades, e os lançamentos recuaram 8,6%, a 295,5 mil, segundo os dados da Cbic (Imagem: Pixabay/PhotoMIX-Company)

Os lançamentos residenciais e vendas de novas moradias no quarto trimestre do ano passado caíram sobre o mesmo período de 2021, com representantes do setor demonstrando preocupações com a velocidade do governo em fazer ajustes no programa habitacional Minha Casa Minha Vida (MCMV), segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

As vendas caíram 9,6% nos últimos três meses do ano passado sobre o quarto trimestre de 2021 e recuaram 0,2% na comparação com os meses de julho a setembro. Já os lançamentos desabaram 23% ano a ano, mas subiram 7,9% na base trimestral, segundo os dados da Cbic.

Os dados foram obtidos em pesquisa da entidade em 207 cidades do país que incluíram as capitais e regiões metropolitanas, além de praças intermediárias.

“A Cbic e outras entidades estão propondo uma série de medidas (para ajustar o MCMV), se a velocidade das respostas do governo for ágil e tivermos a recuperação do mercado do MCMV a partir do segundo trimestre, poderemos ter um ano muito parecido com 2022”, disse Celso Petrucci, presidente da comissão da indústria imobiliária da Cbic. Ele se referiu tanto a vendas quanto lançamentos unitários.

Em 2022, as vendas de imóveis residenciais novos no país caíram 3,2%, para 304,4 mil unidades, e os lançamentos recuaram 8,6%, a 295,5 mil, segundo os dados da Cbic.

“Mas se acontecer igual ano passado e ficarmos até julho ou agosto para que se defina questões para se readequar o MCMV, provavelmente vamos ter mais um ano de pequena redução de lançamentos e vendas”, complementou Petrucci, citando que 2023 será mais difícil que os anos anteriores em razão da alta nos juros.

O presidente da Cbic, José Carlos Martins, afirmou que o MCMV está desatualizado diante do descasamento dos valores dos imóveis com os limites estabelecidos no FGTS e que os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) minguaram trazendo incertezas para os incorporadores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou há cerca de duas semanas medida provisória que retoma e moderniza MCMV, enfatizando o atendimento a pessoas de baixa renda, segmento do programa que não avançou durante o governo de Jair Bolsonaro, segundo avaliações do setor. Lula disse na ocasião do relançamento que o programa tem meta de contratar 2 milhões de moradias até 2026.

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Segundo Martins, 90% do déficit habitacional brasileiro, de cerca de 6 milhões de moradias, está na faixa 1 do MCMV, englobada por famílias carentes.

“Os 9,5 bilhões de reais que estão sendo colocados no Orçamento de 2023, quem sabe, podem contratar 50 mil, 60 mil unidades…lá atrás, chegou-se a contratar 400 mil em um ano”, disse Martins.

A pesquisa da Cbic apurou que os lançamentos de imóveis do MCMV no quarto trimestre caíram 28% sobre o mesmo período do ano anterior, mas subiram 22% ante o terceiro trimestre, quando o governo federal promoveu mudanças no programa, conhecido então como Casa Verde e Amarela, para ampliar o teto de renda das famílias entre outras medidas.

Já as vendas de unidades do MCMV caíram 23% no quarto trimestre frente os três últimos meses de 2021 e 3,3% na comparação com o período imediatamente anterior.

No ano passado como um todo, as vendas do MCMV caíram 13,5%, para 130,6 mil unidades, e os lançamentos recuaram quase 24%, a 109,3 mil.

Petrucci comentou ainda que em 2022 a caderneta de poupança, uma das principais fontes de financiamento para o setor imobiliário, perdeu mais de 80 bilhões de reais, o que restringiu também os financiamentos. Em janeiro, os empréstimos imobiliários com recursos da poupança recuaram para 11,9 bilhões de reais, de acordo com dados da entidade que representa as financiadoras do setor, Abecip.

(Atualizada às 12:53)

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