Vibra (VBBR3): Os ‘ajustes’ para refletir o valor real da ação, segundo o BTG; banco eleva preço-alvo a R$ 27

O BTG Pactual elevou o preço-alvo das ações da Vibra Energia (VBBR3), de R$ 25 para R$ 27. O banco aponta que, apesar do múltiplo preço/lucro (P/L) ser a métrica mais comum para distribuidoras de combustíveis, o caso da Vibra exige ajustes para refletir seu valor real.
Segundo o banco, três pontos distorcem a leitura convencional: o uso de juros sobre capital próprio (JCP) como benefício fiscal, a amortização do ágio da Comerc e a posição relevante de créditos de ICMS.
Considerando esses ajustes, a Vibra negocia a um P/L estimado de 9,0 vezes em 2026, contra 10,9 vezes no cálculo tradicional — o que, para o BTG, reforça a atratividade do papel.
Reprecificação da Vibra
Para o BTG, a amortização do ágio da Comerc deve se tornar um impulsionador relevante de resultados e de reprecificação da ação. A aquisição da empresa gerou cerca de R$ 2,8 bilhões em ágio, e, a partir de 2026, o banco projeta um benefício fiscal recorrente de R$ 192 milhões por ano.
Esse efeito, que ainda não estaria refletido no consenso do mercado, adiciona um valor presente líquido de R$ 753 milhões aos números da Vibra.
Outro ponto de atenção são os créditos de ICMS. O BTG lembra que eles foram acumulados devido ao descompasso criado pelas Leis Complementares 192 e 194, que reduziram as alíquotas após a compra de combustíveis com tributo mais alto embutido.
Para o terceiro trimestre de 2025, o BTG projeta margens de Ebitda acima da média histórica (R$ 164/m³), beneficiadas por maiores cotas da Petrobras, janela de importação fechada e mercado mais restrito.
“Como a maior distribuidora independente do Brasil, a Vibra deve se beneficiar de ventos regulatórios favoráveis, monetização de créditos tributários, amortização do ágio da Comerc e possível entrada de um investidor estratégico”, disse.