Viktor Orbán diz que Hungria não deve adotar o euro enquanto UE está “se desintegrando”

A Hungria não deve adotar a moeda euro, pois a União Europeia está “se desintegrando” e o país não deve amarrar ainda mais seu destino ao bloco, afirmou o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, nesta segunda-feira (6), em entrevista ao site de notícias econômicas EconomX.
A Hungria, que depende da União Europeia para a maior parte de seu comércio e modernizou sua economia com bilhões de euros em fundos do bloco desde que aderiu há duas décadas, atualmente não cumpre os critérios necessários para adotar o euro.
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Ao contrário da Dinamarca, a Hungria não possui uma cláusula legal de isenção para não aderir à união monetária. Alguns de seus vizinhos no leste da UE, como Polônia, República Tcheca e Romênia, também permanecem fora da zona do euro, ao menos por enquanto.
No poder desde 2010, Orbán tem sido um crítico cada vez mais contundente da União Europeia, que suspendeu bilhões de euros em fundos destinados à Hungria devido às reformas do líder nacionalista em relação ao Estado de Direito.
“A Hungria não deve vincular seu destino mais ainda à União Europeia do que já está e adotar o euro seria o laço mais próximo possível”, afirmou Orbán.
As declarações contrastam fortemente com a agenda política de seu rival da oposição, Peter Magyar, que tem ganhado força e faz campanha com a promessa de desbloquear os fundos suspensos da UE e aproximar uma das economias mais pobres do bloco da adoção do euro.
As eleições parlamentares estão previstas para o segundo trimestre de 2026, embora a data ainda não tenha sido definida.
Apesar de Orbán ter evitado comentar diretamente sobre a política do banco central desde que Mihály Varga, seu ex-ministro das Finanças, assumiu o comando em abril, ele afirmou nesta segunda-feira que a taxa básica de juros de 6,5% — a mais alta da UE — está “mais alta do que poderia estar”.
O banco central marcou em setembro uma pausa de um ano no ciclo de cortes de juros, o que ajudou a moeda húngara a atingir seu maior valor frente ao euro em 15 meses, à medida que a instituição tenta conter o fluxo de poupança doméstica para moedas estrangeiras, incluindo o euro.