Internacional

Vinho de gelo da Alemanha pode se tornar raridade

07 mar 2020, 10:00 - atualizado em 03 mar 2020, 16:27
Para produzir o vinho de gelo, produtores na Alemanha esperam que as temperaturas caiam abaixo de 7 graus Celsius negativos (Imagem: Pixabay)

Todos os outonos, produtores de vinho no vale do Mosel, na Alemanha, deixam hectares de videiras sem colher à espera de que uma forte geada de inverno lhes permita produzir o famoso vinho de gelo da região.

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No entanto, o processo tem se tornado mais arriscado a cada ano que passa.

Em 2019, foi a primeira safra em que nenhum produtor de vinho do país conseguiu produzir a bebida doce de sobremesa, segundo o Instituto Alemão do Vinho, que citou um inverno muito ameno.

Para produzir o vinho de gelo, produtores na Alemanha esperam que as temperaturas caiam abaixo de 7 graus Celsius negativos, o que permite que as uvas congelem enquanto ainda estão na vinha e, assim, produzam um suco mais concentrado.

“O aquecimento global está avançando, o que torna as coisas cada vez mais difíceis”, disse Thomas Loosen, da vinícola Dr. Loosen, que conta com o vinho de gelo entre um de seus principais produtos. “Muitos viticultores de menor porte nem tentam mais porque o risco financeiro é muito alto.”

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A mudança climática tem dificultado a produção de vinho de gelo há vários anos, e poucos agora podem produzi-lo em meio a invernos cada vez mais quentes e verões de temperaturas muito elevadas, o que pode fazer com que as uvas amadureçam mais cedo.

A última safra de sucesso da Dr. Loosen foi em 2016, embora a propriedade tente produzir o vinho todos os anos.

Em 2019, a vinícola deixou cerca de um hectare de uvas para a produção de vinho de gelo, disse Loosen.

Essa área pode resultar em uma perda de aproximadamente 10 mil garrafas se as uvas não forem utilizadas.

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O preço de varejo de uma garrafa da safra 2016 custa cerca de 40 euros (US$ 45) em alguns sites.

“Se o aquecimento global continuar da maneira que está avançando atualmente, imagino que o vinho de gelo um dia será coisa do passado”, disse.

Ao mesmo tempo, a qualidade do vinho alemão se beneficiou em parte da mudança climática, acrescentou, pois verões mais quentes ajudam regiões tradicionalmente mais frias a obter colheitas mais frequentes e confiáveis.

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