Em Wall Street, os índices avançaram com retomada do apetite ao risco na última hora da sessão após corte nos juros pelo Fed. (Imagem: 400tmax/Getty Images Signature)
Os índices de Wall Street ganharam tração na última hora do pregão e fecharam em forte alta após o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) reduzir os juros como o esperado pelo mercado, em uma decisão não unânime.
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Confira o fechamento dos índices:
- Dow Jones: +1,05%, aos 48.057,75 pontos;
- S&P 500: +0,67%, aos 6.886,68 pontos;
- Nasdaq: +0,33%, aos 23.654,15 pontos.
Em destaque, o índice Dow Jones subiu mais de 500 pontos instantes após a decisão do Fed e o S&P 500 renovou o recorde nominal intradia histórico ao atingir os 6.898 pontos.
O que movimentou Wall Street?
A última decisão do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) ditou as movimentações em Wall Street nesta quarta-feira (10).
O Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou os juros em 0,25 ponto percentual, para a faixa de 3,50% a 3,75% ao ano, como o esperado. Essa foi a terceira redução consecutiva.
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A decisão, mais uma vez, não foi unânime: Stephen Miran votou pelo corte de 0,50 ponto percentual, enquanto Austan Goolsbee e Jeffrey Schmid optaram por manter o Fed Funds na faixa de 3,75% a 4,00% ao ano. Sendo assim, o placar ficou 9 a 3, a maior dissidência desde setembro de 2019.
Na avaliação de Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, a divisão no Fomc “mostra uma maior dificuldade do Comitê na tomada de decisões em meio ao balanço de riscos que continua delicado, com inflação longe da meta e atividade desacelerando”.
O mercado também acompanhou a atualização das projeções do Fed para os próximos anos – o “famoso” dot plot, ou gráfico de pontos. A mediana das projeções mostra apenas um corte nos juros em 2026, com o Fed Funds encerrando o próximo ano na faixa de 3,25% a 3,50% ao ano, sem novidades em relação ao dot plot anterior, divulgado em setembro.
Durante a coletiva de imprensa, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a política monetária está “bem posicionada”, sem oferecer qualquer guidance.
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“Eu destacaria que, tendo reduzido nossa taxa de juros em 75 pontos-base desde setembro e 175 pontos-base desde setembro do ano passado, o Fed Fund está agora dentro de uma ampla faixa de estimativas de seu valor neutro e estamos bem posicionados para esperar para ver como a economia evolui”, disse Powell.
Ele acrescentou que “a política monetária não está em um curso predefinido” e que a direção dos juros será decidida “reunião a reunião”. O presidente, porém, descartou qualquer possibilidade de retomada do ciclo de aperto monetário no curto prazo.
Para Powell, as perspectivas para inflação e emprego nos Estados Unidos também não mudaram “muito” em relação à última decisão do Fomc, em outubro.
“Embora dados importantes do governo federal dos últimos meses ainda não tenham sido divulgados, dados disponíveis do setor público e privado sugerem que as perspectivas para emprego e inflação não mudaram tanto esde a nossa reunião em outubro”, disse.
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O presidente do Fed ainda disse que há sinais de desinflação, mas ainda acima da meta de 2%. “Vamos sinais de desinflação no setor de serviços, mas alguma alta em bens por tarifas. […] Os riscos de inflação estão para cima e de emprego para baixo”, afirmou.
Powell também comentou que os membros do Fomc decidiram iniciar compras de títulos do Tesouro de curto prazo apenas com o objetivo de manter um amplo suprimento de reservas ao longo do tempo. “Precisamos de reserva ampla para lidar com pressão de pagamento de impostos, por exemplo.”
Para Mauricio Garret, chefe da mesa de operações internacionais do Inter, esse movimento é “muito importante e positivo”. “O Fed voltou com compras de bonds do Tesouro, mas sem colocar limites, indicando que vão comprar o que for necessário”, avaliou Garret, em nota.
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