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Wall Street ignora possíveis impactos do ‘shutdown’ e encerra sessão com triplo recorde

02 out 2025, 17:14 - atualizado em 02 out 2025, 17:24
Wall street treasuries
Em Wall Street, os índices renovaram os recordes históricos com impulso da IA e expectativa de que o shutdown acabe em breve (Foto: Reuters/Andrew Kelly/File Photo)

Com a expectativa de que a paralisação do governo dos Estados Unidos não perdure por tempo prolongado, os índices de Wall Street renovaram os recordes históricos nesta quinta-feira (2).

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O índice S&P 500 atingiu sua 29ª máxima de fechamento do ano, encerrando acima do limite de 6.700 pontos pela primeira vez, após o índice atingir uma nova máxima intradia histórica no início do dia. O Dow Jones superou o recorde atingido na sessão anterior.

Confira o fechamento dos índices de Wall Street:

  • Dow Jones: +0,17%, aos 46.519,72 pontos — no maior nível nominal histórico;
  • S&P 500: +0,06%, aos 6.715,35 pontos — no maior nível nominal histórico; 
  • Nasdaq: +0,39%, aos 22.844,05 pontos — no maior nível nominal histórico.

O que movimentou Wall Street hoje?

Os índices de Wall Street terminaram a sessão em alta a despeito da paralisação (shutdown) do governo dos Estados Unidos, que começou nesta quarta-feira (1º), após a falta de acordo entre os democratas e os republicanos.

Na última terça-feira (30), o Senado rejeitou uma medida de gastos de curto prazo que teria mantido as operações do governo até 21 de novembro.

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Embora a expectativa seja de que o shutdown não se estenda por muitas semanas, a paralisação deve adiar uma série de dados econômicos, como o payroll — que estava previsto para amanhã (3).

Em entrevista à CNBC pela manhã, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que o crescimento econômico do país pode “ser afetado”. “Esta não é a maneira de discutir: paralisar o governo e reduzir o PIB”, disse ele.

Apesar disso, a perspectiva de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) manteve-se próximo aos 100% nesta quinta-feira (2).

Perto do fechamento, os agentes financeiros tinham uma aposta de 97,8% de chance de o BC dos EUA reduzir os juros em 0,25 ponto percentual na próxima decisão do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em 29 de outubro. Ontem (1º), a probabilidade era de 99,4%. Hoje, a taxa está na faixa de 4,00% a 4,25% ao ano.

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Em destaque, a presidente da unidade do Fed de Dallas, Lorie Logan, disse o BC fez um seguro adequado contra qualquer deterioração acentuada no mercado de trabalho com seu corte na taxa de juros no mês passado, mas precisa ser “cauteloso” com quaisquer outros cortes, porque a inflação está acima da meta e está subindo.

“Precisamos ser muito cautelosos em relação aos cortes nas taxas daqui para frente e nos certificarmos de que calibramos adequadamente a política de modo a não flexibilizar demais as condições e ter de reverter o curso, o que seria muito doloroso em termos de restauração da estabilidade dos preços”, disse Logan a estudantes de Economia na escola de pós-graduação em administração da Universidade do Texas, em Austin.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.