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Wall Street alerta para queda de liquidez a níveis de 2020

17 maio 2022, 21:47 - atualizado em 17 maio 2022, 21:47
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Embora a dificuldade de negocia ativos em 2020 tenham começado a diminuir em questão de semanas, para muitos em Wall Street (Imagem: REUTERS/Lucas Jackson)

Os mais céticos de Wall Street podem ter razão ao enxergar sinais de que a recuperação das ações na terça-feira é uma armadilha de mercado de baixa sem liquidez.

Nos últimos meses, as condições de negociação de ações e títulos pioraram à medida que gestores penam para conseguir comprar e vender grandes volume sem abalar os preços – uma situação que lembra o distúrbio da pandemia em 2020.

A liquidez, ou a facilidade de negociação, dos futuros do S&P 500 (SPX) é preocupante, mesmo para os padrões do colapso causado pela Covid há mais de dois anos, de acordo com o JPMorgan.

A capacidade do mercado de Treasuries de absorver grandes negócios também se aproxima de níveis precários, segundo dados do Goldman Sachs.

Embora a dificuldade de negocia ativos em 2020 tenham começado a diminuir em questão de semanas, para muitos em Wall Street, parece que o problema não vai acabar nunca este ano com o Federal Reserve pondo fim à era do dinheiro fácil.

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São avisos de cautela para os compradores de baixa que retornaram em todos os mercados na terça-feira com o S&P 500 em alta e Treasuries recuando (Imagem: REUTERS/Carlo Allegri)

“A profundidade do mercado não é muito melhor do que em março de 2020”, disse Nikolaos Panigirtzoglou, estrategista do JPMorgan. “Isso implica que a capacidade dos mercados de absorver pedidos relativamente grandes sem afetar significativamente o preço é muito baixa no momento.”

São avisos de cautela para os compradores de baixa que retornaram em todos os mercados na terça-feira com o S&P 500 em alta e Treasuries recuando.

Tudo, desde ações americanas e títulos globais até crédito corporativo, afundou neste ano. Isso reflete temores de que a campanha de aperto monetário do Fed para esfriar a inflação acabe prejudicando a economia dos EUA.

Na semana passada, o principal indicador de renda variável ficou a 0,3 ponto percentual de um mercado de baixa, ou uma queda de 20% desde o último pico, o que geralmente é o precursor da recessão.

Com a elevada volatilidade de ativos cruzados, os formadores de mercado tornam-se avessos ao risco.

O resultado é uma grande incompatibilidade entre o preço que os vendedores desejam para os ativos que estão desovando e o nível oferecido pelos dealers na compensação.

As coisas estão tão ruins que semana passada o Fed alertou para os riscos sistêmicos decorrentes da deterioração das condições de mercado.

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