CryptoTimes

Web 3.0: Entenda como ela vai evoluir em 2022 (e como lucrar com isso)

23 dez 2021, 8:00 - atualizado em 21 dez 2021, 15:48
Internet Tecnologia Web 3.0
As diferentes maneiras de se usar a internet configuraram fases, desde a criação da internet, que receberam o nome de “Web 1.0”, “Web 2.0” e “Web 3.0”(Imagem: Freepik/rawpixel.com)

Você já se deparou com o termo “Web 3.0” ou “Web3”, mas não entendeu muito bem o que ele significa? Ou não fazia ideia que a internet passou por “fases” distintas? 

Pois é, a internet pode ser considerada um projeto sempre em construção. Por esse motivo, desde sua criação, as diferentes maneiras de se usar a internet configuraram fases, que receberam o nome de “Web 1.0”, “Web 2.0” e “Web 3.0”.

Veja as principais diferenças entre elas, a atual fase de transição entre Web 2.0 e 3.0, e o potencial que esta última apresenta para o futuro.

Web 3.0, DeFi, Metaverso e NFTs:
O que 2022 reserva para o mercado cripto?

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Web 1.0 e o início da internet

A primeira fase da internet, que durou do início dos anos 1990 até o começo dos anos 2000, tinha como principal objetivo a popularização da internet. Nessa fase, o modo de interação com os sites era baseado no consumo de informações textuais por meio da leitura.

O controle sobre a internet era descentralizado, sem grandes corporações por trás dos sites mais acessados. Os sites da época eram estáticos, sem qualquer tipo de interação com o leitor do outro lado. Foi exatamente esse aspecto que mudou com o advento da Web 2.0.

Web 2.0 na metade do caminho”

A segunda fase da internet, que durou do início do milênio até os dias de hoje, é marcada justamente pela interação dos usuários com as plataformas. O período foi marcado pela criação das plataformas mais conhecidas atualmente: YouTube, Facebook e Twitter, por exemplo.

Durante essa fase, houve o estabelecimento de comunidades com interesses em comum, interfaces de fácil utilização, gratuidade para usar algumas das plataformas, rápida disseminação das informações e estabelecimento do comércio eletrônico.

Porém, o fato de a internet ter se tornado mais colaborativa e interativa teve um preço.

O lado negativo do aumento da interatividade entre usuários e plataformas foi justamente o fornecimento de informações e dados pessoais às empresas que detêm essas plataformas, o que levou à centralização do controle da internet. 

Os dados fornecidos pelos usuários tornam-se um modo de obtenção de lucro para essas empresas, que vendem as informações fornecidas.

Após notícias e debates relativos ao uso de informações pessoais por grandes corporações, assim como já ocorreu com o Facebook, por exemplo, a ideia de usar a internet sem precisar abrir mão da privacidade e de dados valiosos veio à tona. E é aí que entra a Web 3.0.

Web 3.0 e o futuro

A descentralização da Web propõe que nenhuma entidade detenha o controle sobre ela, mas que mesmo assim todos possam confiar nela (Imagem: Freepik/rawpixel.com)

A Web 3.0 refere-se ao uso da internet por meio de redes descentralizadas, assim como a do Bitcoin e da Ethereum.

O fator descentralização tem um papel importante nessa fase, pois auxilia justamente no que gerou discussões na Web 2.0: o fato de o controle da internet se concentrar nas mãos de poucas empresas muito poderosas.

A descentralização da Web propõe que nenhuma entidade detenha o controle sobre a rede, mas que mesmo assim todos possam confiar nela. 

O fator que torna isso possível é a aplicação das mesmas regras, estabelecidas na programação da rede, para usuários e operadores. Essas regras são conhecidas como “protocolos de consenso”.

Um outro atrativo da Web 3.0 é a possibilidade de transferência de valor entre contas. Para o Decrypt, tanto a descentralização, quanto o uso do dinheiro na internet são fundamentais para entender o que é a Web 3.0.

A nova e próxima fase da internet é colaborativa em tempo real, devido à troca de informações entre aplicativos e dispositivos que interagem entre si por meio de metadados. 

Vale ressaltar que a criação da Web 3.0 não foi feita por uma única pessoa ou entidade. Essa fase da internet tem crescido por meio da colaboração entre indivíduos e organizações que desenvolvem aplicações uma sobre a outra.

As plataformas que fazem isso o realizam, geralmente, por meio de contratos autônomos em blockchains, assim como é feito pela Ethereum, EOS, e TRON. 

O que há de especial na Web 3.0?

O principal fator de destaque da Web 3.0 é a tentativa de encontrar uma solução para a concentração de informações e dados pessoais nas mãos de grandes empresas que podem ser vendidos ou até mesmo hackeados. 

Nas redes da Web 3.0, as aplicações descentralizadas (“dapps”) são desenvolvidas sobre as redes e com um código aberto. Isso significa que ninguém pode controlar os dados nem limitar o acesso. 

Além disso, na Web 3.0, o dinheiro é nativo à rede, ou seja, a dependência a instituições financeiras tradicionais ligadas a governos e restritas a territórios deixa de existir, pois o dinheiro torna-se global, instantâneo e apermissionado. 

É nesse estágio que entram os tokens e as criptomoedas. Na Web 3.0, esses podem ser usados para estabelecer novos modelos de negócios e economias.

É o caso do navegador Brave, por exemplo, que, em vez de vender dados dos usuários como fazem outras plataformas, os recompensa com seu token nativo – o Basic Attention Token (BAT) – quando assistem a anúncios. 

Como usar a Web 3.0?

Para obter acesso à Web 3.0, é preciso usar uma dapp. Algumas das dapps mais populares estão ligadas a ferramentas de finanças descentralizadas (DeFi). Com essas ferramentas, os usuários podem realizar empréstimos, investir, negociar criptoativos e muito mais.

Algumas das aplicações ligadas à DeFi são Uniswap, SushiSwap, MakerDAO, Curve, Aave, entre outras. Outras plataformas descentralizadas incluem a rede Ethereum, Bitcoin, Solana, entre outros.

Quanto aos projetos feitos para a Web 3.0, outros exemplos além do BAT são Filecoin (FIL) e Golem (GNT). O primeiro é um protocolo descentralizado que permite o aluguel de armazenamento excedente em computadores.

Já o segundo é uma plataforma de computação distribuída, que oferece poder compartilhado de computação, que os usuários podem acessar por meio do pagamento de uma taxa. 

Web 3.0 e perspectivas para 2022

A Web 3.0 apresenta um potencial de crescimento inevitável. Atualmente, na transição entre a segunda e a terceira fase da internet, já é possível notar a expansão da descentralização e, consequentemente, da Web 3.0.

Em 2021, a descentralização ascendeu de modo impressionante, desde o crescimento de corretoras descentralizadas (DEXs) até pesquisas sobre dapps por redes sociais, como fez o Twitter. O crescimento das DEXs pode ser percebido no valor total bloqueado (TVL) presente nelas.

De acordo com o The Block, em 1º de janeiro de 2021, o TVL da corretora descentralizada Curve era de US$ 1,45 bilhão. Porém, no início de dezembro de 2021, essa mesma métrica era de US$ 16,28 bilhões. 

Um outro exemplo que ilustra o potencial de crescimento da Web 3.0 é o valor presente em plataformas de contratos autônomos, como é o caso da Ethereum. Nessa rede, em janeiro de 2021, o valor bloqueado era de US$ 16,75 bilhões, mas que chegou, em dezembro do mesmo ano, a US$ 104,3 bilhões. 

Para Orlando Telles, um dos fundadores da casa de análises Mercurius Crypto, “o próximo ano evidenciará novos segmentos do mercado de criptomoedas, como a Web 3.0, o armazenamento de dados ,criando um mercado ainda mais independente com muitos casos de uso, e os investimentos em infraestrutura que estão sendo realizados para o segmento DeFi e de games em blockchain.”

Portanto, se 2021 já representou um forte crescimento para a o desenvolvimento de plataformas descentralizadas e um passo maior em direção à terceira fase da internet, a tendência é que isso se amplie ainda mais em 2022, encaminhando a transição entre a Web 2.0 e a Web 3.0 para o lado da descentralização.

Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
vitoria.martini@moneytimes.com.br
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.