WEG (WEGE3): Hora de comprar ou vender? 4 analistas fazem suas apostas após balanço ‘morno’ e incertezas geopolíticas no radar

As ações da WEG (WEGE3) operam em alta no pregão desta quarta-feira (22), após a companhia divulgar seus números referentes ao terceiro trimestre deste ano (3T25). O balanço é lido como neutro por analistas, uma vez que veio em linha com as estimativas, mas fraco quando comparado com o histórico.
A companhia reportou lucro líquido de R$ 1,65 bilhão no 3T25, uma alta de 4,5% ante o mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da WEG cresceu 2,3%, atingindo R$ 2,27 bilhões no trimestre. Já a margem Ebitda foi de 22,2%, uma contração de 0,4 ponto percentual.
A receita operacional líquida totalizou R$ 10,2 bilhões, um avanço de 4,2% em comparação anual. Deste total, o mercado interno foi responsável por R$ 4 bilhões, enquanto o externo por R$ 6,2 bilhões.
As ações da companhia abriram o pregão em queda que superou 1%, mas viraram para alta. Por volta de 12h20 (horário de Brasília) as ações WEGE3 subiam 1,29%, a R$ 40,18. Acompanhe o tempo real.
O BTG Pactual pontua o mercado tipicamente foca em dois pontos: o crescimento da receita bruta, que foi mais fraco, com avanço de 4% no comparativo anual, contra a expectativa de alta do banco 7%, e a margem Ebitda, que foi mais forte, atingindo 22,2% contra estimativa de 21,5%.
O banco já esperava uma reação de neutra a positiva das ações e avalia que a WEG precisa de mais crescimento para que suas ações — que acumulam queda na ordem de 20% no acumulado do ano — se valorizem.
Já na visão do Safra, a WEG apresentou resultados neutros no trimestre, com a receita um pouco mais fraca, mas com uma margem Ebitda que surpreendeu ligeiramente para cima.
“Mantemos nossa classificação Neutra para a WEG, principalmente devido à incerteza macroeconômica global e ao
enfraquecimento dos motores de crescimento de curto prazo”, diz o Safra.
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A Ativa Investimentos destaca que, mesmo com os números em linha com o esperado, o conjunto de resultados é fraco quando comparado com seu histórico, devido aos impactos na carteira de projetos de longo prazo, tanto em EEI (Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais), quanto em GTD (Geração e Transmissão).
Em termos de margem, a casa avalia que WEG segue em patamares elevados dado o ajuste de mix, apesar da pressão no CPV (custo dos produtos vendidos) e das contribuições de empresas adquiridas
A Ativa mantém recomendação neutra, reforçando o cenário incerto que pressionou uma carteira de pedidos mais saudável e de longo prazo, apesar da atividade industrial de curto prazo ser saudável.
O Santander acrescenta que crescimento da receita da WEG continua pressionado por incertezas geopolíticas que causam adiamentos em investimentos de clientes, combinadas com uma menor contribuição da receita vinda de energias renováveis e uma desvalorização sequencial do dólar.
Por outro lado, um mix melhorado de produtos resultou em margens Ebitda estáveis, compensando qualquer impacto das iniciativas de mitigação relacionadas às tarifas mais altas impostas pelos Estados durante o período.
“Não consideramos essa melhora suficiente para desencadear uma reação positiva nas ações, mas destacamos que o interesse a descoberto está em suas máximas de um ano, o que pode levar a algum tipo de aperto de posições vendidas durante o dia”, dizem os analistas.
O 3T25 da WEG
No relatório de resultados, a WEG apontou que mesmo em um ambiente marcado por incertezas geopolíticas e volatilidade do comércio doméstico e internacional, entregou mais um trimestre com margens operacionais saudáveis.
“Apesar do momento mais desafiador para a aceleração do crescimento, continuamos a observar boa demanda nos negócios tradicionais, aliada às oportunidades nos negócios voltados à infraestrutura elétrica”, diz a companhia.
As ações da companhia, que chegou a ganhar o título de “fábrica de bilionários”, enfrentam pressão. No ano, os papéis WEGE3 acumulam e vão na contramão do Ibovespa (IBOV).
Entre os fatores para a retração estão a valorização do real frente ao dólar, a frustração com os resultados do segundo trimestre e os reflexos da guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos.
No balanço do terceiro trimestre, a companhia destacou acreditar na estratégia de diversificação de produtos e soluções, flexibilidade operacional e presença global contribui para enfrentar o ambiente de instabilidade macroeconômica atual, reduzindo seus efeitos e aproveitando as oportunidades presentes no mercado.
O que fazer com as ações?
Banco/Corretora | Recomendação | Preço-alvo |
---|---|---|
BTG Pactual | Compra | R$ 54 |
Safra | Neutra | R$ 43,60 |
Santander | Outperform | R$ 56 |
Ativa | Neutra | R$ 44 |