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Winity: Como a nova tele nacional pode bater de frente com Claro, Vivo e TIM?

23 nov 2021, 8:00 - atualizado em 22 nov 2021, 18:57
5G
A Winity levou o primeiro lote leiloado, da faixa de 700 MHz, por R$ 1,42 bilhão no leilão 5G (Imagem: REUTERS/John Sibley/Foto de arquivo)

O leilão 5G, realizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no início do mês, é o primeiro passo para o ciclo transformacional esperado para o setor de telefonia móvel. A licitação já deu indícios de que uma nova dinâmica, ainda mais competitiva e benéfica para o bolso do consumidor, será estabelecida na indústria.

Nesse leilão, cinco novas operadoras de telecomunicações entraram no mercado. As recém-listadas Brisanet (BRIT3) e Unifique (FIQE3) conseguiram arrematar lotes regionais – a primeira empresa no Nordeste e Centro-Oeste e a segunda, por meio do consórcio formado com a Copel (CPLE6), no Sul do país.

Cloud2U e Neko também entraram no setor pagando por lotes regionais, ambos para operar em São Paulo. Mas foi a Winity II, controlada pelo Pátria Investimentos, que virou a mais nova operadora nacional após levar o primeiro lote leiloado, da faixa de 700 MHz, por R$ 1,42 bilhão.

A empresa é uma plataforma de infraestrutura wireless criada no fim de 2020 pelo Pátria com um portfólio formado por ativos de redes de telefonia móvel, sistemas de cobertura indoor e soluções de conectividade sem fio.

Como condições para operar a faixa, a Winity se comprometeu a levar internet a rodovias federais e em localidades sem 4G. A empresa pretende investir aproximadamente R$ 2 bilhões até na instalação de torres de internet.

Além dos desafios esperados pelo mercado para as operadoras que participaram do leilão, como a viabilidade de implantação da nova tecnologia em algumas cidades do país já em meados de 2022, a Winity precisará entender como que pode fazer seu nome entre as principais teles brasileiras.

Apesar de ter garantido um lote da faixa de 700 MHz, classificada como uma espécie de “etapa inicial do 5G” por Gabriel Tinem, analista de telecomunicações da Genial Investimentos, a empresa do Pátria tem potencial para se tornar uma grande tele nacional.

Segundo Tinem, para não ficar estagnada no segmento móvel, a Winity terá que buscar uma base de clientes maior e se desenvolver em diversas unidades de serviços, realizando inclusive parcerias.

Fibra óptica
Winity precisará convencer o mercado se quiser ganhar participação em um setor com players bem estabelecidos, disse Claudio Abreu, conselheiro do Mambo Wi-Fi (Imagem: Unsplash/@jjying)

Para Claudio Abreu, conselheiro do Mambo Wi-Fi, a Winity, se quiser ganhar participação em um setor no qual Claro, Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3) estão bem estabelecidas, precisará convencer – e bem – o mercado. “Qualquer celular hoje é Vivo, TIM ou Claro; não tem outra opção”, disse.

Marcelo Assef, diretor de produtos e IoT da Accell Solutions (do InverGroup), enxerga oportunidades para a Winity em mercados que não passam pelo radar das concorrentes, como cidades inteligentes onde a operadora muitas vezes não quer colocar cobertura.

Consumidor sai ganhando

É consenso que a entrada de novos players no mercado vai beneficiar muito o setor. Segundo Abreu, a competição saudável que o 5G criará na indústria terá impactos positivos nas economias do consumidor final.

Você tem mais competição, mas é mais briga pelo preço. Mais briga pelo consumidor. A gente fica na mão de três empresas que têm andado muito alinhadas. Você tem planos parecidos. O que sai do bolso do consumidor todo mês, no fim das contas, é mais ou menos a mesma coisa para cada uma delas”, afirmou o conselheiro.

“É uma corrida interessante, porque, ao mesmo tempo, nenhuma quer ficar para trás. Essa competição é muito saudável; importante para o consumidor, importante para nós”, completou.

Para Paulo Sergio Caputo, sócio fundador da Oria Capital, a competição é positiva na medida que impele a companhia que já atua no setor a melhorar seu serviço e motiva a empresa entrante a tentar se equiparar aos provedores tradicionais.

Caputo diz que a questão mais importante – e desafiadora – para as empresas do setor é mostrar as diferentes possibilidades de uso do 5G. Para isso, a educação é fundamental.

“Vai ser muito importante para todas as teles no futuro ter gente para desenvolver, educar o mercado de como usar o 5G”, defendeu o fundador da Oria.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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