Yduqs (YDUQ3) cai quase 14% com balanço do 1T25 e revisão do guidance; o que fazer com as ações agora?

Uma semana após novos rumores de uma fusão com a Cogna (COGN3), a Yduqs (YDUQ3) volta a ser um dos holofotes dos investidores nesta terça-feira (13).
As ações YDUQ3 lideraram as perdas do Ibovespa (IBOV) desde a abertura do pregão. Os papéis caíam quase 14% durante o pregão e encerraram com baixa de 8,48%, a R$ 14,57. Acompanhe o Tempo Real.
Dessa vez, os investidores repercutem os resultados do primeiro trimestre de 2025 (1T25) e a atualização das estimativas da companhia.
A educacional registrou lucro líquido ajustado de R$ 153,7 milhões entre janeiro e março, uma queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2024. O número ficou um pouco acima da expectativa média de analistas em pesquisa da LSEG, que era de R$ 149 milhões.
O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 514,5 milhões no 1T25, uma queda de 0,5% na comparação anual e abaixo do esperado pelo mercado, de R$ 542 milhões, conforme dados da LSEG.
A redução, segundo a companhia, está diretamente relacionada aos impactos do programa de isenção dos calouros não engajados. “Desconsiderando esse efeito, o Ebitda ajustado teria apresentado um crescimento de 4%”, afirmou a Yduqs em seu balanço.
Já a receita líquida da empresa foi de R$1,5 bilhão, um incremento de 1,6% contra o primeiro trimestre de 2024.
A base total de alunos da Yduqs cresceu 1,3% no período na comparação anual, chegando a 1,4 milhão. Atualmente, são 315,5 mil estudantes no ensino presencial, 1,06 milhão no digital e 21,7 mil na modalidade premium — que inclui as instituições renomadas do grupo, como Ibmec e Idomed.
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Balanço da Yduqs: o que dizem os analistas
Para os analistas, a Yduqs apresentou resultados mistos no 1T25, com queda no lucro líquido e Ebitda ajustado e crescimento “forte” da geração de caixa.
“Mais uma vez, saudamos o compromisso da empresa em sustentar tendências saudáveis de geração de fluxo de caixa, marcadas pela estabilidade nos dias de contas a receber em relação ao trimestre anterior (queda de 8 dias em relação ao ano anterior)”, escreveram os analistas do Goldman Sachs.
Os números “sugerem que a empresa está bem posicionada para continuar capturando melhorias no capital de giro ao longo de 2025”, acrescentaram.
Já o BTG Pactual destacou que o segmento premium “brilhou” no trimestre, mas não o suficiente “para salvar o dia”.
“Apesar do sólido desempenho no segmento premium, os resultados foram compensados por números abaixo do esperado nas operações digitais e presenciais”, afirmaram os analistas em relatório.
Corte no lucro por ação
Na divulgação do balanço do 1T25, a Yduqs atualizou as projeções (guidance) para este e o próximo ano.
Em destaque, a educacional revisou para baixo o guidance de lucro por ação (LPA) para a faixa entre R$ 1,70 a R$ 2,00 em 2025, em linha com o consenso do mercado. A estimativa anterior era de LPA entre R$ 2 e R$ 3.
Já para 2026, a Yduqs espera que o LPA cresça 46%, para R$ 2,20 a R$ 3,20. Entre 2028 e 2030, a projeção é de lucro de R$ 3,50 e R$ 4,50 por ação.
A empresa também atualizou a orientação de fluxo de caixa livre (FCFE) para 2025 de R$ 500 a 600 milhões (13% do valor de mercado), com base na geração de caixa e não na dívida líquida (diferença de R$ 43 milhões menor vs. o FCFE de R$ 363 milhões reportado em 2024).
O Goldman Sachs classificou o novo guidance como “encorajador”. “Vemos a mensagem como positiva, pois sugere melhores perspectivas para a racionalização do capital de giro”, disse o banco em relatório.
O que fazer com as ações YDUQ3 agora?
O BTG Pactual reiterou a recomendação de compra para as ações da Yduqs após o balanço do 1T25.
“Apesar dos resultados operacionais fracos e do anúncio (esperado) de cortes na projeção de LPA anterior, ainda acreditamos que o 1º trimestre reforça alguns dos pilares mais importantes do caso de investimento da Yduqs, nomeadamente a sólida geração de FCF, maior exposição ao nicho premium, ousado cashback aos acionistas e uma postura mais conservadora em relação aos incentivos de captação e financiamento”, afirmaram os analistas.
O banco tem preço-alvo de R$ 15,00, o que representa um potencial de desvalorização de 5,8% sobre o preço de fechamento anterior (12).
Já o Goldman Sachs manteve a recomendação neutra para YDUQ3, com preço-alvo de R$ 14 — o que representa um potencial de desvalorização de 12,1% sobre o preço de fechamento anterior.