Internacional

Yellen rebatiza agenda econômica dos EUA de “economia moderna do lado da oferta”

21 jan 2022, 14:23 - atualizado em 21 jan 2022, 15:52
Janet Yellen
Janet Yellen disse ver a nova estratégia como algo superior à definição tradicional de economia pelo lado da oferta (Imagem: Shawn Thew/Pool via REUTERS/Files)

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, rebatizou nesta sexta-feira a agenda econômica do governo Biden de “economia moderna do lado da oferta” que pretende elevar a disponibilidade de mão de obra, melhorar a infraestrutura, educação e pesquisa para impulsionar o crescimento econômico dos EUA e aliviar pressões inflacionárias.

Em declarações a sessão virtual do Fórum Econômico Mundial, Yellen disse ver a nova estratégia como algo superior à definição tradicional de economia pelo lado da oferta, cuja postura prioriza cortes de impostos e desregulação agressiva.

“Nossa nova abordagem é muito mais promissora do que a antiga economia do lado da oferta, que vejo como uma estratégia falha para aumentar o crescimento”, disse Yellen.

“Os cortes significativos de impostos sobre capital não alcançaram os ganhos prometidos, e a desregulação tem um histórico igualmente ruim em geral e a respeito das políticas ambientais, especialmente no que se refere à redução das emissões de CO2.”

A mudança na estratégia e na nomenclatura enfatiza os esforços do gabinete do presidente norte-americano para expandir a força de trabalho dos EUA e aumentar a produtividade, elementos que podem ajudar a conter pressões inflacionárias e, ao mesmo tempo, apoiar uma taxa de crescimento mais forte.

A troca ocorre no momento em que a administração Biden procura persuadir norte-americanos e democratas moderados no Congresso a apoiar uma versão reduzida de seu plano de gastos sociais e investimentos climáticos chamado “Reconstruir Melhor”, que está parado desde dezembro.

Yellen identificou dois anos de educação infantil universal e um crédito de imposto de renda expandido como componentes “centrais” do projeto daqui para frente.

O governo tem tentado atenuar as consequências políticas da alta inflação no ano passado –que atingiu 7% em meio à escassez de mão de obra, habitação e bens, maior aumento anual em quase 40 anos– e rebater alegações de que mais gastos alimentariam mais inflação.

“A economia moderna do lado da oferta procura estimular o crescimento econômico, impulsionando a oferta de trabalho e aumentando a produtividade, ao mesmo tempo que reduz a desigualdade e os danos ambientais”, afirmou Yellen. “Essencialmente, não estamos apenas focados em alcançar um número alto de crescimento que seja insustentável –estamos buscando um crescimento inclusivo e verde.”

Ela disse que o crescimento potencial do Produto Interno Bruto (PIB) nos Estados Unidos tem sido contido por uma força de trabalho em declínio, enquanto o crescimento da produtividade vem sendo prejudicado pelo subinvestimento em infraestrutura pública e educação.

Yellen disse que licenças remuneradas inadequadas e altos custos com cuidados infantis têm mantido muitas pessoas fora da força de trabalho, o que poderia ser remediado pelos dois anos propostos pelo governo de educação infantil universal e gastos ampliados com cuidados voltados para crianças e idosos.

(Atualizada às 15:52)

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