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3 ações que devem sentir os impactos da vitória de Milei, segundo BTG

21 nov 2023, 12:16 - atualizado em 21 nov 2023, 12:16
javier milei ações
Impactos no Ebitda e reflexos nas exportações são alguns dos efeitos que as ações expostas ao cenário argentino devem enfrentar; veja  (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

A vitória do libertário de extrema direita Javier Milei nas eleições da Argentina domina as atenções dos mercados, com bancos, consultorias e analistas traçando perspectivas para diversos ativos e ações.

Com isso, o BTG Pactual (BPAC11) produziu um relatório com base nos impactos que devem ocorrer para as ações caso as promessas do novo presidente se confirmem.

Para o banco, se a proposta de dolarização da economia prosperar, o peso argentino deve sofrer uma forte desvalorização, com impactos para o avanço da taxa de inflação e renda dos argentinos, bem como nos custos das empresas.

Uma grande questão fica por conta do ajuste fiscal, já que os dólares que o governo argentino precisa vem de setores exportadores, como energia e agronegócio, que são muito tributados na hora de serem exportados.

A soja, por exemplo, paga um imposto de 33% sobre as receitas de exportação.

A mentalidade do plano do novo governo leva o BTG a acreditar que ele procurará reduzir as distorções relativas dos preços ao longo do tempo, e que isso significa que os impostos e os controles sobre o fluxo comercial serão eventualmente modificados.

As 3 ações que devem sentir os impactos do novo governo

Ambev (ABEV3)

Segundo o banco, uma depreciação do peso argentino pode resultar em um impacto de 7% no Ebitda da Ambev (ABEV3), já que o país representa 60% do Ebitda da empresa na América Latina.

Essa análise ignora o impacto potencial nas margens, dado que os insumos teriam sido adquiridos a uma taxa de câmbio que provavelmente se desvalorizou mais em linha com a inflação local e, eventualmente, com os volumes, caso o ambiente econômico se
deteriore.

A decisão da Ambev de reduzir seus hedges no país, embora até agora acertada do ponto de vista de lucros e geração de fluxo de caixa, também significaria que o impacto de uma eventual desvalorização cambial seria sentido mais cedo do que poderia ter sido.

Raízen (RAIZ4)

Quanto a Raízen (RAIZ4), o BTG espera impacto negativos relacionados ao câmbio, mas atenção à política de preços de combustíveis, já que a empresa se beneficiou de números melhores devido ao peso inflacionado artificialmente.

Assim, se o câmbio convergir com a “taxa do dólar azul”, a Raízen poderia ver uma queda de 7% no seu Ebitda consolidado, sem considerar uma nova política para os combustíveis.

Vale ressaltar que até então os preços dos combustíveis na Argentina são regulados pelo governo e já há algum tempo estão abaixo do preço da paridade de importação.

Minerva (BEEF3)

Por fim, para a Minerva Foods (BEEF3), o fim das restrições às exportações poderia permitir que a carne bovina alcançasse seu potencial na Argentina.

A Minerva possui atualmente 17% de sua capacidade de abate de bovinos na Argentina (ou 14% após a incorporação dos ativos da Marfrig na América Latina).

Contudo, nos trimestres recentes, os volumes de abate e de vendas no país foram deliberadamente reduzidos, possivelmente devido à crescente complexidade que envolve a maximização do valor da carne bovina num contexto de crescentes controles de exportação e fixação de preços no mercado interno.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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