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3 pontos fundamentais que o pecuarista não pode abrir mão em 2024

10 nov 2023, 18:10 - atualizado em 10 nov 2023, 18:10
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Após um 2023 marcado por desafios em função do ciclo positivo para o boi gordo, cabe ao pecuarista se planejar e tomar as melhores decisões (Imagem: Reuters/Bing Guan)

Como você acompanhou ao longo deste ano, aqui no Agro Times, o 2023 ficou marcado como um ano de ciclo positivo para o boi gordo, com uma elevada oferta ao longo do ano e preços mais baixos.

Na parcial do mês de novembro, os preços já acumulam queda de 3,89%, após um outubro marcado por pouca variação nos valores.

Dessa forma, nós ouvimos o Wagner Yanaguizawa, analista econômico de proteína animal no Rabobank, que destacou 3 pontos fundamentais que o pecuarista não pode abrir mão em 2024.

Eficiência e produtividade

Segundo Yanaguizawa, em momentos de altos volumes de abates, como estamos vivenciando em 2023, é esperado pressão negativa nos preços do boi gordo, o que afeta diretamente o faturamento da atividade.

Esses movimentos sazonais fazem parte do ciclo pecuário, e, na prática, tem corroborado para o cenário de concentração de mercado, principalmente dentro da porteira.

“Os produtores que não conseguem se manterem competitivos e com os fluxos de caixa saudáveis em períodos como agora, de desvalorização do boi gordo, acabam deixando a atividade, sendo incorporados pelos médios/grandes pecuaristas, e perdem a oportunidade de aproveitar o momento de virada de ciclo quando os preços do boi gordo se valorizam”, explica.

Sendo assim, o momento atual pede que o produtor foque na eficiência e produtividade da sua propriedade, seja na qualidade dos animais, no uso correto dos insumos, na qualidade da mão de obra e no uso de tecnologias.

“No fim das contas, margem ou lucro da atividade é uma relação entre receita e custo, e em períodos em que não é possível elevar o faturamento a única forma de elevar as margens é reduzindo os custos de produção e ‘não brigando’ com os frigoríficos por preços melhores”, diz.

Uso de ferramentas como derivativos

A volatilidade tem acompanhado o setor de pecuária de corte nos últimos anos e impactado diretamente no planejamento, mesmo no curto prazo.

Isso porque, eventos como os casos atípicos de EEB (mal da vaca louca) que causaram suspensão das exportações e reduziram os preços do boi gordo tem grau de previsibilidade zero.

Nessa temporada, os eventos climáticos ligados ao El Niño, podem impactar nos preços do boi gordo e afetar o faturamento da atividade também.

“O uso de ferramentas como os derivativos, principalmente para proteção de margens, tem se tornado essencial para o bom andamento da propriedade pecuária. Hoje já existem possibilidades de travas ligados a outros índices que podem trazer um cenário de ainda mais oportunidades para o produtor a depender da sua realidade”, ressalta.

Planejamento estratégico

Por fim, ainda que pareça óbvio, não existe melhora na eficiência e produtividade, assim como o uso de derivativos, sem um planejamento estratégico bem elaborado.

Com isso, cabe ao pecuarista avaliar os melhores momentos para negociar, terminar o gado, comercializar bezerros e adquirir insumos.

“Por conta do cenário de alta volatilidade dos últimos anos, o planejamento tem se limitado no curto prazo, com um acompanhamento com maior frequência das metas e oportunidades, pois o grande número de variáveis que tem impacto o mercado tem exigido do produtor mudanças de planejamento também na mesma velocidade para continuar acompanhando as oportunidades”, finaliza.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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