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6 tendências tecnológicas segundo pesquisa da Deloitte; NFTs, metaverso e IA na mira

01 fev 2023, 15:49 - atualizado em 01 fev 2023, 15:49
Tecnologia
Estudo ‘Tech Trends 2023’ revela, porém, que carência de mão de obra em tecnologia será desafio para as organizações (Imagem: Pixabay/Placidplace)

Um relatório divulgado pela Deloitte diz que tecnologias como inteligência artificial, metaverso e finanças descentralizadas (DeFi) serão uma grande narrativa para as empresas brasileiras neste e no próximo ano.

A carência de mão de obra, por outro lado, é um desafio que as organizações vão encarar para a transformação digital de seus negócios.

O “Tech Trends 2023”, estudo anual da Deloitte, que oferece percepções, insights e inspirações para a jornada digital, comenta sobre como essa tecnologia pode impactar o ambiente profissional.

Ronaldo Fragoso, líder de alianças de negócios e do CIO Program da Deloitte, afirma que um número crescente de organizações, em todos os setores, está buscando acelerar seus esforços de transformação digital. O objetivo é tornar suas operações mais ágeis e eficientes.

“O relatório apresenta as estratégias e tecnologias que possivelmente conduzirão a novos planejamentos, a fim de promover a primazia dos negócios para a TI, minimizar riscos, otimizar o valor dos investimentos e trabalhar para construir confiança nos ecossistemas de negócios”, disse.

O documento identifica seis principais forças tecnológicas que vão formar uma estrutura para três estratégias: simplicidade, inteligência e abundância.

Rodrigo Moreira de Oliveira, sócio de Technology Strategy & Transformation da Deloitte, diz que cada tendência oferece oportunidades para testar novas abordagens e transformar os modelos de negócios.

“A transformação deve ser liderada por negócios e missões, alimentada não só por tecnologias já consolidadas, mas também por tecnologias emergentes, visando criar e moldar novos mercados”, acrescenta.

Conheça as seis tendências e o impacto delas para as empresas, segundo Deloitte

Abrindo caminhos para novas tecnologias de IA (Inteligência Artificial)

Para a empresa, a maior ferramenta do IA é a confiança, e as organizações estão aprendendo a confiar nas novas tecnologias personalizadas.

“A Inteligência Artificial já está presente em mais de 40% das organizações mundo afora. Em uma recente pesquisa da Tortoise Media, o Brasil ficou posicionado em 39° lugar”, relata o documento.

O país lidera o ranking na América Latina, mas para a Deloitte ainda existe um grande caminho para avançar em direção aos países que utilizam amplamente a tecnologia, como Estados Unidos, Índia e Reino Unido.

Um indicador que demonstra um avanço, ainda tímido, é a disponibilidade de profissionais especializados no tema. Nesse ranking o Brasil figura em 31° lugar.

“Com o projeto de lei para o Marco Legal da Inteligência Artificial em tramitação, o país começa a pavimentar um importante caminho para princípios e diretrizes que irão dar a transparência e credibilidade necessárias para a universalização da tecnologia.”

Além da nuvem: como controlar o caos do multiverso

Para driblar a complexidade do universo multicloud, algumas organizações estão começando a automatizar processos. 

Serviços de cloud promovem acesso a ferramentas e técnicas exclusivas para reduzir a complexidade desse tipo de operação, diz pequisa.

“O Brasil é um dos líderes mundiais em uso de multiclouds. A mais recente pesquisa de Enterprise Cloud Index da Nutanix aponta que 54% dos entrevistados utilizam duas ou mais nuvens, enquanto globalmente esse número é de 36%.”

A adoção desses sistemas trouxe também alguns desafios, como a capacitação de profissionais, além da própria complexidade de gerenciamento das nuvens.

Umas das abordagens que tem sido adotadas é o conceito de Site Reliability Engineering (SRE), que incorpora aspectos de engenharia de software a questões de infraestrutura, segurança e operação.

Como complemento a esse controle, organizações estão adotando também plataformas de Infraestrutura Hiperconvergente, ou HCI, especializadas em trazer uma camada de abstração para gestão.

Nós confiamos em nós mesmos: ecossistemas e arquiteturas descentralizadas

Para a Deloitte, os serviços que utilizam blockchains não estão sendo só valorizados, como também estão criando confiança digital.

Considerando a complexidade na gestão dos ecossistemas, a segurança cibernética tem cada vez mais sido prioritária nas organizações.

“Utilizando-se de tecnologias como blockchain, NFT e do metaverso, algumas startups brasileiras já estão se inserindo nesse mercado que, segundo o Gartner, deve movimentar R$ 14 trilhões no mundo até 2030.”

No foco dessas startups e organizações está a democratização da Web3, o fomento e ampliação da cultura e do uso de NFTs, e a experimentação, popularização e comercialização no mundo dos games, que tem se mostrado uma excelente porta de entrada para o tema.

Assim como globalmente a segurança da informação ainda segue sendo uma das preocupações, existem outros temas sobre privacidade de dados, propriedade intelectual que ainda estão em discussão.

Conectar e expandir: a modernização da realidade salta a passos largos

Mais do que substituir os mainframes, as organizações procuram aprimorá-los, conectando e estendendo a tecnologias modernas.

Diante das dificuldades de integração com plataformas legadas, agilidade limitada no desenvolvimento de novas soluções e dificuldade em encontrar ou reter talentos para manutenção dos mainframes, muitas organizações ainda seguem migrando ou com planos para migrar seus workloads para nuvem no Brasil.

Entretanto, conforme aponta o relatório global da Deloitte, percebe-se um novo movimento para complementar essas plataformas e dar a agilidade ou extensão necessária às suas funcionalidades, sem retirá-las.

Isso se deve, em parte, pelo receio de disrupção dos negócios com a migração. Assim como as dificuldades técnicas e também de talentos, novas abordagens que se utilizam de API’s e camadas de integração que incorporam AI e tecnologias mais recentes estão surgindo para se conectar aos mainframes e criar essa nova camada de serviços flexível.

Flexibilidade, a melhor habilidade: reimaginando a força de trabalho

Nos últimos anos, as empresas têm se comprometido com as novas ferramentas tecnológicas.

A pesquisa aponta que existe um grande déficit de profissionais de tecnologia no mundo e, no Brasil, não é diferente.

“Um estudo da Brasscom mostra que esse déficit pode chegar a quase 800 mil profissionais até 2025. A transformação digital, acelerada pela pandemia do Covid-19, expôs esse grave problema.”

Para evitar disrupção em seus planos de negócio, as organizações já perceberam a importância da formação e capacitação de profissionais de tecnologia, buscando não somente profissionais com formação na área, mas também de outras carreiras.

A flexibilidade nas habilidades, ou o reskilling (requalificação profissional) e o upskilling (atualização profissional constante), passam a ser fundamentais para complementar a oferta acadêmica no país.

Imersão na internet para empresas

Por muitos anos, a internet foi conhecida como um meio a ser acessado por telas retangulares. Atualmente, especialistas em tecnologia reconhecem que a internet não pode continuar reduzindo sua complexidade, pois usuários estão utilizando interfaces conhecidas como metaverso.

“No Brasil e no mundo, o metaverso é um tema em expansão. Uma pesquisa realizada pela Toluna, em 2022, apontou que mais de 80% dos brasileiros ainda não tiveram nenhum contato com o metaverso, mas 33% gostariam de ter essa experiência para compras, jogos ou shows virtuais.”

O crescimento moderado no mercado nacional já mostra algumas experiências. Enquanto algumas organizações utilizam a tecnologia para promover ou posicionar suas marcas estrategicamente, ainda sem mirar novas fontes de geração de receita, outras já caminham nessa direção e lançam plataformas para extensão de seus negócios físicos e geração de receita adicional.

“Por exemplo, recentemente, uma Feira de Negócios criou um mundo onde seu público pudesse não só fazer networking, reuniões, mas também fechar negócios por meio brokers e produtores. Uma imobiliária no Sul do país lançou um empreendimento no metaverso para complementar suas vendas. Ou seja, é uma ferramenta ainda em fase experimentações e descobertas”, relata a pesquisa.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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