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A falha da Apple (AAPL) que explica a aversão do mercado ao Vision Pro

07 jun 2023, 18:37 - atualizado em 07 jun 2023, 18:37
Apple Vision Pro Tech
Mercados não compartilharam o entusiasmo dos analistas com o novo óculos de VR/HR da Apple. (Imagem: Pixabay/raphaelsilva)

Depois do apático lançamento do iPhone 14 no ano passado, a Apple (AAPL;AAPL34) teve a oportunidade de dar a volta por cima no WWDC23, a conferência anual realizada para desenvolvedores.

Neste ano, o palco estava montado para a apresentação do novo MacBook, mas o principal astro do dia foi o anúncio do headset de realidade virtual/realidade aumentada chamado de Vision Pro. O lançamento nas lojas da Apple ocorrerá em 2024.

Mas as características revolucionárias do Vision Pro foram ofuscadas pela frustração com o preço inicial produto. Nos Estados Unidos, o consumidor que quiser adquirir o Vision Pro terá de desembolsar US$ 3,5 mil.

Mais preocupados com a reação imediata do consumidor, os investidores da Bolsa de Nova York mudaram rapidamente o humor com relação às ações da Apple. Em questão de minutos, uma alta de 2% se transformou em uma queda de quase 1,0% ao fim do pregão da segunda-feira (7).

Com a queda de hoje, a empresa comandada por Tim Cook confirma o terceiro pregão consecutivo de queda, afastando-se da máxima histórica de US$ 183 que a empresa chegou a tocar fugazmente anteontem.

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‘Apple falhou em explicar por que produto é imprescindível’

A hesitação dos mercados diante do lançamento levou analistas de Wall Street a ponderarem sobre o impacto do produto no papel da big tech.

O analista sênior da CFRA Research, Angelo Zino, escreveu em nota que a Apple falhou em identificar por que o Vision Pro é um produto é um ‘must buy’ para o consumidor.

O analista diz também não esperar um efeito de curto-prazo do Vision Pro para a negociação das ações. No ano, a Apple tem uma valorização superior a 35%, seguindo o bom momento das Big Techs na Bolsa americana.

Apesar da ressalva, Zino qualifica o lançamento como promissor, ao entender que as aplicações serão melhor compreendidas com o tempo.

Na mesma toada está o diagnóstico de Gene Munster, gestora do Deepwater Asset Management, que no Twitter comentou: “Eu entendo por que as ações da Apple caíram mais de 2% desde o anúncio. Vision Pro é algo que o investidor precisará usar antes que ele acredite.”

‘Figurona’ de Wall Street diz que sucesso de Vision Pro passa pela compra da Disney

Um dos momentos mais comentados do lançamento do óculos de realidade virtual da Apple foi a aparição de Bob Iger, CEO da Disney (DIS;DISB34).

O executivo assumiu o palco para revelar a parceria da gigante de entretenimento com a Apple. Segundo Iger, o Vision Pro virá acoplado com conteúdo da plataforma de streaming Disney+, além de uma experiência mais imersiva das transmissões esportivas.

O anúncio não só animou o investidor da Disney, que viu seu papel saltar 4%, como também reacendeu a tese de aquisição da empresa do Mickey pela Apple.

Quem sustenta a ideia é Laura Martin, uma das mais influente analistas financeiras de Wall Street. Segundo ela, a compra da Disney é necessária para aumentar a aderência do público ao Vision Pro. “A presença de Bob Iger no palco da Apple mostra uma sintonia estratégica entre os dois negócios”, explicou em nota.

Para Martin, a possibilidade da criação de conteúdos exclusivos para as experiências imersivas proporcionadas pelo Vision Pro aliviariam a tensão com o alto preço inicial do produto.

Não é a primeira vez que a analista faz menção ao match entre Disney e Apple. Em um relatório divulgado março, a especialista alega que a aquisição da Disney traria um aumento de 15% a 25% do valuation da Apple.

As duas companhias tem um histórico de colaborações, que vão desde a época do lançamento do iPod e da compra da Pixar pela Disney; a empresa de animação foi concebida por Steve Jobs.

Apesar da boa relação, nenhuma empresa deu pistas de que uma aquisição possa ocorrer.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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