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A “preferência natural” é por redes públicas, afirma departamento do Société Générale

27 nov 2020, 9:33 - atualizado em 27 nov 2020, 9:33
Société Générale
Instituições francesas estão realizando bastantes experimentos com o euro digital e a tecnologia blockchain; SocGen é a favor do uso de redes públicas em vez de privadas (Imagem: REUTERS/Gonzalo Fuentes)

Após passarem séculos divulgando um grande banquete de produtos financeiros e serviços de consultoria a clientes atacadadistas, banqueiros de investimento poderão fornecer, em breve, um cardápio de blockchains.

Essa é a postura de Jean-Marc Stenger, diretor executivo da Forge, unidade de blockchain empresarial do Société Générale.

“Eu diria que temos uma preferência natural por blockchains públicos”, disse Stenger em entrevista ao The Block.

“Realmente achamos que será assim que encontraremos a interoperabilidade máxima, a capacidade de que múltiplos players interajam com o protocolo.”

Seus comentários vêm um mês após o Société Générale ter anunciado uma parceria com a ConsenSys, empresa de software da Ethereum, que irá focar na emissão e gestão de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).

Forge está trabalhando com o Banque de France, o banco central da França, para testar CBDCs. Em maio, emitiram, juntos, um título tokenizado de € 40 milhões, liquidado usando uma CBDC.

Forge espera que o uso de “security tokens” — valores mobiliários digitais — aumente a liquidez, diminua o tempo de espera da liquidação e reduza custos.

O título tokenizado foi completamente subscrito pelo Société Générale que, simultaneamente, pagou à emissora — SFH, o veículo de cobertura de títulos do banco.

O pagamento foi feito em euros digitais emitidos pelo Banque de France em um blockchain criado pela “equipe interna de blockchain” do banco central.

Banque de France lançou seu programa experimental do euro digital em abril. Na época, o banco central desejava explorar o potencial de uma moeda digital “na compensação e no pagamento de ativos financeiros tokenizados” (Imagem: Pixabay)

Société Générale também testou a emissão de valores mobiliários usando Tezos e irá alavancar outras redes para “futuras emissões”, segundo Stenger.

“Uma das principais hipóteses que consideramos, quando começamos esse desenvolvimento, foi garantir que continuássemos sendo um banco. Não estamos nos transformando em uma fornecedora de tecnologia da informação ou algo do tipo”, continuou ele.

“Ainda existe uma incerteza sobre como será o protocolo blockchain que irá vencer a corrida e se impor no futuro. Existem alguns protocolos que estão liderando o bando.”

Um deles é a Ethereum, mas existem pelo menos “cinco ou seis outros protocolos” na disputa, acrescentou ele.

Forge começou como o produto de um programa interno de inovação do Société Générale há quase três anos mas, recentemente, transformou-se em uma subsidiária separada — porém completamente detida.

Assim como muitas iniciativas blockchain desenvolvidas nos mercados financeiros do atacado, um dos principais desafios da de Stenger e sua equipe é convencer o amplo mercado a acolher um novo e ousado método de transação.

SDX, corretora de criptoativos desenvolvida pelo SIX Group da Suíça, visa impulsionar a adesão do projeto e dos criptoativos de forma mais geral ao atrair investidores estratégicos.

Stenger, por outro lado, tem a esperança de que o envolvimento com iniciativas de código aberto possa resolver o problema.

“Achamos que existe uma necessidade de sermos mais receptivos do que antes; a maneira de sermos mais receptivos não é necessariamente abrir o capital dessa subsidiária”, afirmou ele.

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