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A tokenização vai extinguir os grandes investidores? Fintech viabiliza grandes investimentos a preço de varejo

28 out 2021, 13:27 - atualizado em 28 out 2021, 14:21
Grupo GCB
“Tudo que enxergamos que em tese é um ativo ilíquido, mas tem potencial para ter um retorno alto, nós queremos colocar no PeerBR de forma tokenizada.” Paulo Morais, CTO do Grupo GCB (Imagem: Grupo GCB/Divulgação)

A PeerBR, fintech da holding Grupo GCB, foi fundada no final de 2019 com a proposta de ser uma plataforma onde são negociados ativos ilíquidos em forma de tokens, atualmente a maioria é ligada ao mercado de crédito. A proposta da empresa é viabilizar aos investidores gerais, ativos que antes eram virados para investidores profissionais, ou institucionais.

Precatórios, por exemplo, são recebíveis judiciais onde a união ou o estado são devedores no processo. O investimento nesse tipo de ativo costuma ser por meio de fundos de investimento, porém, na maioria das vezes, o mínimo para aportar é inviável para investidores de varejo. Além de muitos desses fundos serem mais exclusivos.

A solução proposta pela PeerBR foi comprar esses precatórios e outros ativos ilíquidos, e distribui-los em sua plataforma de maneira tokenizada, ou seja, em forma de tokens. Desse modo, o ativo é dividido em diversas partes e cada unidade negociada pelo valor mínimo de R$ 10.

Na plataforma, os usuários também podem negociar seus tokens de ativos ilíquidos entre eles. A negociação é feita através do próprio mercado interno do aplicativo. É justamente esse movimento que traz uma grande liquidez para ativos que antes, apenas grandes investidores tinham acesso.

Recentemente, o grupo anunciou uma parceria com a Blockchain Insper, entidade universitária voltada à pesquisa e desenvolvimento de projetos envolvendo tecnologia Blockchain.

Segundo Gustavo Carvalho Blasco, CEO do Grupo GCB,  a parceria com Insper vai possibilitar que os precatórios tokenizados já oferecidos pela plataforma agora sejam colocados em uma rede Blockchain:

“Hoje, em parceria do Insper Blockchain, a ideia é justamente passar esses tokens para a rede do Blockchain, seja a do Ethereum, da Cardano, isso ainda não foi definido.”

A parceria firmada atualmente está em seus ajustes finais, onde serão discutidos detalhes técnicos como a decisão de qual Blockchain será utilizada.

O padrão utilizado para os tokens já foi definido, e será o do ERC-20. Ele também coloca que a fintech pretende expandir a parceria para os outros produtos oferecidos pela empresa:

“A ideia é começar colocando precatórios, e, quando a tecnologia for internalizada, todos os ativos que hoje são distribuídos na plataforma passarão a ser registrados na rede Blockchain.”

Segundo Blasco, o objetivo da tokenização é acessibilizar para investidores gerais, investimentos de alto rendimento que apenas investidores institucionais teriam acesso.

Atualmente, a fintech faz esse processo de tokenização com precatório federal, estadual, e com ativos judiciais. Todos negociados por tickets médios de valor baixo.

Entretanto, até a última sexta-feira, eram negociados exclusivamente em sua própria plataforma e não estavam ligados a nenhuma rede Blockchain.

Paulo Morais, CTO do Grupo GCB, comenta que tem projetos futuros de fazer essa tokenização com royalties de música e ativos ligados ao futebol, que não somente os “fãs tokens”:

“Tudo que enxergamos que em tese é um ativo ilíquido, mas tem potencial para ter um retorno alto, nós queremos colocar no PeerBR de forma tokenizada.”

A ideia por trás dos royalties é a tokenização dos recebíveis de um determinado artista. Ele comenta para o Money Times que já possui uma parceria de longa data dentro do grupo para possibilitar esse produto.

Paulo Morais revela que o grupo já possui cerca de R$ 1 milhão em direitos musicais e os próximos passos serão disponibilizar o catálogo na plataforma e tokenizar esse ativo.

Além disso, o grupo já adquiriu R$ 500 mil em cotas de consórcio, que aguardam pelo mesmo processo de distribuição aos investidores gerais.

Em relação aos ativos atrelados ao futebol, o CTO revela que a fintech já está em um processo de negociação com clubes para tokenizar direitos econômicos de jogadores. Por fim, Paulo comenta sobre uma futura parceria com a Chiliz (token de utilidade ERC-20) para negociação de fã tokens.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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